Ao
confessar seu fracasso, ele deveria renunciar. Mas não tem hombridade para tal
Bolsonaro
tem duas preocupações na vida: salvar a pele dos filhos suspeitos de cometer
crimes e preparar as bases para um golpe na eleição de 2022. Como admitiu em
cínica declaração, pelo país ele nada
consegue fazer. Aí está uma verdade. Não consegue porque não é capaz. Seu
governo será sempre associado a um recorde trágico: 200 mil brasileiros mortos,
em menos de dez meses, pelo vírus que ele ajudou a espalhar com seus arrotos de
ignorância.
Péssimo militar e parlamentar medíocre, Bolsonaro levou seu despreparo para o Planalto e se cercou de incompetentes como ele. O pascácio da Saúde desconhece a lei da oferta e da procura e não consegue marcar a data da campanha de vacinação. O da Economia não sabe o que pôr no lugar do auxílio emergencial. O vírus mata, a fome também.
A incapacidade do presidente está longe de ser nosso único tormento. Para quem já respondeu a processo por terrorismo, as cenas de selvageria no Capitólio, em Washington, devem ter provocado êxtase. Certamente excitado com o que viu, Bolsonaro vai radicalizar sua campanha de sabotagem à democracia, à urna e ao voto enquanto tonifica seus esquadrões da morte, pelotões de jagunços e hordas de milicianos por dentro do aparelho de Estado, com liberação de armas, promoções, verbas, cargos e salários.
Só
numa sociedade muito adoecida o presidente pode atentar à luz do dia contra a
democracia e ficar tudo na mesma. O Brasil está morrendo de falência múltipla
de instituições. Ao confessar seu fracasso, Bolsonaro deveria renunciar. Mas
não tem hombridade para tal.
Restaria o impeachment. Mas ele sabe que os pedidos continuarão juntando mofo enquanto puder contar com a cumplicidade de gente graúda que enriquece ainda mais com a crise e que prefere deixar tudo como está. Assim, Bolsonaro pode seguir sem ser incomodado, contando com mais dois anos para exercitar seu instinto assassino. Não resta dúvida de que nisso está sendo muito bem-sucedido.
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