Deputados
devem agir para proteger a casa que representam
Curioso
o nosso golpista.
Quando se percebe na iminência de ser preso, invoca a Constituição que despreza
em todas as suas falas. Brada pela prerrogativa que, não fosse o Estado
democrático de Direito que pretende destruir, não teria. Não duvido nada de
que, já já, vejamos a impetração de um habeas corpus. AI-5 para quem? A
Constituição sim, mas só quando eu quero. Só o tanto que me basta para que, a
instrumentalizando, possa destruí-la.
Da
decisão do Supremo
Tribunal Federal, que sob vários aspectos pode ser questionada —começando
pelo próprio inquérito na qual foi proferida, passando pela decisão de ofício,
até chegarmos à discussão sobre o flagrante—, o que fica mais evidente é a
passividade do Congresso. Acostumaram-se ao conforto das notas de repúdio ou ao
silêncio conveniente que espera o ataque de amanhã para que esqueçamos o de
hoje. Não se percebem em risco.
De quanto desgaste seríamos poupados se nossos deputados honrassem as cadeiras que ocupam e preservassem a dignidade da instituição que representam. As falas do deputado que se orgulha dos dias de prisão que amargou quando era PM atentam, sim, contra o STF e seus ministros, mas não só: ao atacar a democracia, atacam o Parlamento.
Amuados
pela popularidade que observaram ter esse discurso golpista, nossos
parlamentares se omitem. O que não faz o medo de perder votos... Esqueceram
que, golpe dado, nem o voto já recebido conta.
O
flagrante é discutível, mas a atitude do STF pode servir para acordar nossos
deputados federais. Quem defende o golpe não merece ter lugar no Parlamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário