No
auge da pandemia no Brasil, o desemprego é recorde
Alguma
coisa vai muito mal quando ir às compras no supermercado se torna um ato
angustiante e motivo de tristeza. Pois na capital federal chegamos a esse
ponto. Está cada vez mais difícil entrar pela porta da frente de um
supermercado sem ser abordada por criança ou adulto a pedir por comida.
Pudera.
No auge
da pandemia no Brasil, o desemprego é
recorde, a tendência é de aumento dos juros e a inflação disparou. Para
completar, nos últimos 12 meses a alta de preço
dos alimentos representa quase o triplo do percentual da inflação
oficial, segundo a aferição do IBGE.
Além do aterrorizante crescimento exponencial das mortes por Covid-19, o empobrecimento da maioria da população é fato que chama atenção e preocupa nesses tempos sombrios. O agravamento do nível de insegurança alimentar atinge mais de 10 milhões de brasileiros segundo as estimativas oficiais. É gente que está passando fome, que vai deitar de barriga vazia e acorda sem saber se terá o que comer ao longo do dia.
Não
bastasse isso tudo, falta vacina para frear a disseminação do vírus que se
alastra num ritmo frenético enquanto sobram promessas sucessivamente
descumpridas e exclamações descabidas na linha do "vai trabalhar,
vagabundo!". Resta apenas saber onde trabalhar frente a um cenário de
desemprego que em 2020 atingiu mais de 13 milhões de pessoas, das quais pretos
e pardos destacam-se negativamente, uma vez que o impacto do desemprego foi
58,7% maior entre os negros como apontou reportagem da Folha.
A tragédia social é enorme e visível a olho nu. Em Brasília, áreas verdes vêm sendo tomadas por barracas improvisadas com sarrafos cobertos por sacos de lixo. São espaços habitados por homens, mulheres e crianças desumanizados, vivendo pior do que muito bicho. À mercê da sorte, contam com a benevolência de quem tem mais do que precisa e está disposto a compartilhar um pouco do que sobra. É o popularmente chamado quadro da dor. E sem moldura.
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