Seis
possíveis candidatos à Presidência da República em 2022 vão divulgar nesta
quarta-feira, aniversário de 57 anos do golpe militar que instituiu a ditadura
em 1964, um manifesto em defesa da democracia.
A
carta é assinada por Ciro Gomes, Eduardo Leite, João Amoêdo, João Doria Jr.,
Luiz Henrique Mandetta e Luciano Huck.
Sua
execução e divulgação coincide com a radicalização por parte do presidente Jair
Bolsonaro e as suspeitas de que ele pode tentar levar as Forças Armadas para
endossarem alguma medida de exceção.
O
fato de a iniciativa unir políticos de cepas tão diferentes quanto Ciro Gomes e
Amoêdo, e tucanos que podem até disputar internamente a candidatura, caso de
Doria e Leite, é inédito e pode originar outras iniciativas e conversas,
inclusive para a composição entre eles com vista às eleições do ano que vem.
Apurei que o ex-juiz Sérgio Moro foi convidado a fazer parte do manifesto, mas não quis assiná-lo, o que foi lido pelo grupo como um sinal de que ele pode não se apresentar para a disputa.
As
primeiras conversas entre potenciais presidenciáveis ocorreram no início do ano
num grupo batizado de MMA, Mandetta, Moro e Amoêdo. A ideia, então, era pensar
numa candidatura única entre eles.
Com
a decisão do STF de anular a condenação de Lula, as conversas se ampliaram para
os tucanos e para Huck, a respeito de se seria possível pensar numa candidatura
única.
Com
a escalada autoritária de Bolsonaro, Mandetta começou a articular a elaboração
do manifesto, e Ciro Gomes foi chamado a participar. Foi criado, inclusive, um
grupo de WhatsApp com os seis signatários e Moro, que, ao final, ficou fora da
carta.
O
ex-juiz e ex-ministro alegou razões contratuais do escritório em que trabalha
para não chancelar o texto. Ele está, inclusive, nos Estados Unidos.
Lula
não foi chamado para as conversas nem para assinar o manifesto. Fernando Haddad
também não. Segundo dois integrantes do sexteto com quem conversei, a avaliação
foi que o PT estaria em outro campo político.
Segue
o texto na íntegra:
MANIFESTO
PELA CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA
Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.
EDUARDO
LEITE,
JOÃO
AMOEDO,
JOÃO
DORIA,
LUCIANO
HUCK,
LUIZ
HENRIQUE MANDETTA
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