- Folha de S. Paulo
Nessa rinha política, políticos que lutem,
e que vença a #VacinaParaTodos
Não sei você, caro leitor, mas eu só
vislumbrava ser vacinada lá pela metade de 2022. Se dependesse da má vontade do
governo federal, nem isso. Como no Brasil a única coisa que não nos mata é o
tédio, alguns governadores e prefeitos anteciparam as datas de vacinação. Só
acredito vendo. Por enquanto, políticos têm disputado
uma gincana saudável e divertida nas redes sociais, mas com
promessas que não dependem só deles.
Tanto faz se João Doria é o “pai da vacina”, como disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ao pegar carona na disputa de quem vacina primeiro. Se o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, promete “gauchada imunizada na semana Farroupilha, 20/9”. Ou se Flávio Dino, do Maranhão, oferece sorteios de até R$ 10 mil para quem tomar a segunda dose.
Para que as dívidas sejam cumpridas é
preciso que não haja atrasos no recebimento de insumos, que os contratos sejam
honrados pelos fornecedores, que não haja interrupção na vacinação, que a
distribuição seja eficiente e que a população compareça aos postos. Tudo isso
não depende apenas de estados e municípios, mas do Ministério da Saúde e do
boicotador oficial da República, Jair Bolsonaro.
Pelas reações, a pressão pública dos
adversários teve efeito. O titular da Saúde, Marcelo Queiroga, foi às redes
reivindicar protagonismo do governo. Bolsonaro, entre um passeio de moto com os
parças e alguma outra inutilidade, achou tempo para se reunir com a
Pfizer e pedir pressa na próxima entrega.
Não se trata, claro, de um lampejo de
sanidade. É apenas o jogo macabro para a reeleição. De um lado, tenta minar o
discurso da oposição de que ele não compra vacina. Do outro, continua a
entregar negacionismo fresquinho à militância, como fez na sexta (11), ao
questionar novamente a eficácia dos imunizantes. Nessa rinha política, eles que
lutem, e que vença a #VacinaParaTodos.
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