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Ministério da Defesa do Peru pede respeito
à vontade cidadã que se expressou nas urnas e reafirma a neutralidade das
Forças Armadas
E depois do terceiro dia de apuração dos
votos para presidente da República do Peru, em face de uma disputa apertada
entre a conservadora Keiko Fujimore e o professor rural esquerdista Pedro
Castillo, os militares daquele país resolveram falar por meio de uma nota
oficial do Ministério da Defesa.
O que disseram deveria envergonhar seus
colegas brasileiros de farda, incapazes de resistir às pressões de um
ex-capitão que no passado afastaram dos seus quadros por má conduta ética, mas
que agora apoiam não só para que governe, mas para que tente se reeleger nas
eleições do ano que vem.
A nota do Ministério da Defesa do Peru tem
cinco parágrafos. Os quatro principais:
“A Constituição
estabelece que a finalidade primordial das Forças Armadas é garantir a
independência, a soberania e a integridade territorial da República. As Forças
Armadas estão subordinadas ao poder constitucional. Qualquer chamado a que não
se cumpra esse encargo é impróprio numa democracia”;
“As Forças Armadas reiteram seu compromisso com
a Constituição, a democracia e o princípio da neutralidade. Reafirmam o
compromisso de respeitar a vontade cidadã expressa nas urnas no último dia 6”.
“Exortamos os peruanos a respeitar os
resultados do processo eleitoral e trabalhar unidos para fortalecer a
democracia e impulsionar o desenvolvimento do país”.
“Por fim, advertimos que emblemas e quaisquer
outras formas de identidade institucional do Comando Conjunto das Forças
Armadas, Exército, Marinha e Força Aérea não podem ser usados por pessoas
naturais ou jurídicas, públicas ou privadas. O desrespeito a isso pode resultar
em ações legais”.
Com 99% dos votos apurados até o início
desta madrugada, Castillo estava à frente com 50,20% contra 49,79% de Fujimore,
uma diferença de pouco menos de 80 mil votos. Ele já se declarou eleito. Ela
pediu à justiça eleitoral a recontagem de 500 mil votos, alegando que houve
fraude. O pedido ainda não foi aceito.
Observadores internacionais que fiscalizaram a eleição disseram que não houve fraude.
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