O Globo
Antes de chegar ao elogio público e
entusiasmado de ontem, num evento com as centrais sindicais, Geraldo Alckmin e
Lula fizeram um pacto de silêncio que durou meses.
A história foi contada por interlocutores
dos dois em uma mesa, no jantar promovido nesta semana pelo grupo de advogados
ligados a Lula, o Prerrogativas, que deu as boas vindas a Alckmin na aliança.
A combinação entre os dois foi feita no
primeiro jantar desse mesmo grupo de que o ex-governador participou, também em
São Paulo, em dezembro.
Na ocasião, a aliança já vinha sendo
discutida havia meses, mas ainda era uma novidade no cenário político e
enfrentava resistências tanto no PT quanto entre aliados do ex-governador de
São Paulo.
Do lado petista, era preciso contornar as
resistências do ex-presidente, Rui Falcão, e mesmo da atual presidente, Gleisi
Hoffman.
A ex-presidente Dilma Rousseff, que não foi
ao jantar em São Paulo, também não era fã da união.
Alckmin, por sua vez, tinha que fechar com
um partido e tentar atrair para ele alguns ex-tucanos, o que de fato fez.
Desde então, foram várias reuniões e costuras internas. Nas entrevistas, Lula defendia a possível aliança, mas não a confirmava.
Já Alckmin oscilou entre o PSB, o
Solidariedade e o PV, mas só fechou definitivamente com o PSB no início
de março. E ficou irritado com o presidente do partido, Carlos Siqueira, por
ter vazado o acordo entre eles. Tanto Alckmin como Lula queriam controlar todos
os movimentos da articulação.
O ex-governador de São Paulo acabou se
filiando ao PSB na semana passada, assim como alguns aliados e no jantar dos
advogados já parecia bem mais ambientado ao novo ambiente, contando piadas e
abraçando as pessoas.
Talvez esse pessoal tenha se surpreendido
menos do que o resto das pessoas com a fala do "ex-picolé de chuchu"
ontem, bradando empolgado ao microfone que Lula é o maior líder popular do
Brasil.
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