O Globo
Clima de segundo turno é antecipado
enquanto os dois adversários estão no mesmo lugar em intenções de voto desde 16
de agosto
Faltando 15 dias para o primeiro turno,
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) não saem do lugar nas
pesquisas há quatro semanas e vão usar a mesma tática para tentar alterar a
estabilidade: o ataque. No novo Datafolha, Lula tem 45% das intenções de voto
há três semanas. Bolsonaro oscilou um ponto percentual para baixo e tem 33%. Na
margem de erro, Lula e Bolsonaro estão no mesmo lugar desde 16 de agosto.
Na sua última propaganda de TV, Bolsonaro coloca uma
apresentadora para afirmar que “a maior mentira da campanha é dizer que Lula
foi inocentado dos processo das Lava-Jato”. Em outro spot de 30 segundos, a campanha edita uma fala do
petista para afirmar que Lula “defende ladrões”. Em um terceiro, os filhos de Lula são chamados de
corruptos.
No programa do PT, Bolsonaro é “ruim de serviço por ter sido desumano na pandemia e um desastre na economia”. Um comercial do PT diz que “com Bolsonaro a inflação voltou” e que o presidente semeia “ódio”.
A transformação da propaganda de TV em
ringue antecipa o clima do segundo turno e tenta mover uma eleição na qual oito
de cada dez eleitores se dizem decididos em quem votar. Os alvos são os
eleitores de Ciro Gomes (PDT), que tem apenas 47% de votantes que dizem ter
certeza em manter sua posição, e Simone Tebet (MDB), com 47% dos votos seguros.
Até agora, esses ataques mútuos não alteraram a rejeição dos dois: 51% dos entrevistados do Datafolha dizem que não votariam em Bolsonaro e 39% em Lula, os mesmos números da pesquisa passada.
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