O Globo
CNI afirma que a medida é positiva por focar
em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação
Por Ana Carolina Diniz
A indústria recebeu positivamente ao
lançamento pelo governo
federal da nova política industrial do país com promessa de financiamentos de
até R$ 300 bilhões até 2026. Segundo o BNDES, deste total, R$
250 bilhões serão mobilizados pelo banco.
Em nota, a CNI elogiou o programa Nova Indústria Brasileira e considera que a iniciativa é "positiva por focar em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação e comércio exterior". Afirmou ainda que o "governo brasileiro está no caminho certo ao lançar uma nova política de neoindustrialização".
- Esse é o anúncio de uma política pública
moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais
investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da
neoindustrialização - disse o vice-presidente da CNI e representante da
entidade na cerimônia de lançamento, Leonardo de Castro.
Já a Fiesp, também em nota, afirmou que o
"lançamento da nova política industrial é a demonstração de que o governo
federal reconhece a importância da indústria de transformação para colocar a
economia brasileira entre as maiores do mundo".
A Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro (Firjan) também comemorou o anúncio, mas pontuou que é preciso olhar
para o passado para não repetir os mesmos erros.
"Enquanto celebramos esse novo impulso,
é imperativo olhar para o passado recente, aprendendo com os erros que podem
comprometer o sucesso dessas iniciativas. Medidas que gerem um grande impacto
no orçamento público, sem, contudo, traduzirem-se em benefícios econômicos
tangíveis, devem ser evitadas", afirma, em nota.
Fernando Pimentel, da Associação Brasileira
da Indústria Têxtil e de Confecção, também considerou positiva a iniciativa.
Ele disse que, combinado com todo esse projeto, é preciso ter as variáveis
macroeconómicas muito bem alinhadas e atuar intensamente na redução do Custo-
Brasil.
- O Custo- Brasil atinge R$ 17 trilhões por
ano a mais do que a média dos países do OCDE. É o custo de financiamento,
deficiências na infraestrutura, insegurança jurídica e regulatória, a
insegurança física e patrimonial. É muito meritório que foi apresentado hoje é,
mas isso tem que combinar diretamente com a redução do Custo-Brasil e com a
redução de distorções que afetam a produção brasileira. Por exemplo, a
indústria têxtil compete com plataformas internacionais que não pagam impostos
até 50 dólares. E nós pagamos.
Na opinião de José Edson, presidente da
Associação Brasileira da Indústria de produtos para animais de estimação, a
medida é positiva, mas atinge mais as indústrias de inovação e de tecnologia.
Para a indústria de alimentação, não traz assim grandes novidades, diz ele.
- Na nossa indústria, o grande gargalo são os
tributos. E a reforma tributária só vigora daqui a dois anos. Então, por não
ser considerada uma indústria essencial, vamos continuar trabalhando com uma
carga tributária de 54,2% até 2026.
Nenhum comentário:
Postar um comentário