O Globo
Com discursos agressivos e foco nas redes
sociais, extremistas de direita foram
campeões de voto para vereador em SP, BH
Carluxo não está sozinho. Em diferentes
capitais, candidatos de extrema direita foram campeões de voto para vereador.
Com discurso agressivo e foco nas redes sociais, eles encabeçaram as listas de
eleitos em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Manaus.
Aos 26 anos, o tiktoker Lucas Pavanato
despontou como fenômeno na eleição paulistana. Bolsonarista de carteirinha,
passou a campanha produzindo polêmicas e factoides para viralizar na internet.
Apostou na transfobia e na retórica anticomunista para chegar ao poder.
Sem largar o celular, ele vestiu uma peruca de mulher, infiltrou-se em atos da esquerda e quase transformou um estúdio de podcast em ringue de luta livre. Para atrair eleitores radicalizados, apresentou propostas como “proibir trans no banheiro feminino” e “investigar grupos terroristas que invadem propriedades”. Foi um sucesso. Recebeu 160 mil votos, o melhor desempenho entre mais de 58 mil vereadores eleitos em todo o país.
Em Belo Horizonte, Pablo Almeida liderou a
votação para a Câmara Municipal com a promessa de defender “a moral e os bons
costumes”. Evangélico, investiu no discurso contra o aborto, a chamada
ideologia de gênero e a linguagem neutra. “Quem usa todes é analfabetes”,
provocou, copiando o xará que concorreu à Prefeitura de São Paulo.
Ex-assessor de Nikolas Ferreira, ele usou o
método do jovem deputado para causar repúdio e atrair atenção. Numa das
publicações para inflamar feministas, compartilhou a foto de uma grávida com a
legenda “Não é seu corpo. Não é sua escolha”. Os truques bombaram suas redes e
o ajudaram a receber quase 40 mil votos.
Em Manaus, Alexandre Salazar pôs a farda e a
patente a serviço da candidatura a vereador. Com o apelido de Sargento Salazar,
ele seguiu a receita da bancada da bala: ostentou armas, exaltou a violência
policial e encenou abordagens truculentas, em que suspeitos eram chamados de
“arrombados” e “vagabundos”.
Na reta final da campanha, o dublê de PM e
youtuber foi presenteado com um vídeo de Pablo Marçal, que o descreveu como “um
dos nossos”. Teve mais de 22 mil votos.
Pavanato, Almeida e Salazar são filiados ao
PL, o partido de Jair Bolsonaro. Os três adotaram a mesma estratégia para se
eleger. Insuflaram o ódio, estimularam o pânico moral e deixaram de lado os
desafios reais de suas cidades.
A julgar pelo exemplo carioca, isso não é
problema para o eleitor desses tipos. Enquanto o pai era presidente, Carlos
Bolsonaro foi mais visto no Palácio do Planalto, em Brasília, do que no Palácio
Pedro Ernesto, na Cinelândia. Seu mandato só foi notícia pelas investigações
sobre rachadinhas e funcionários-fantasmas.
Apesar do desdém pelas tarefas legislativas, Carluxo se tornou o vereador mais votado da história do Rio. Garantiu o sétimo mandato consecutivo com mais de 130 mil votos.
2 comentários:
Eles venceram,o sinal está fechado pra nós...
Rachadinhas e funcionários-fantasmas são a marca registrada da dinastia Bolsonaro! A familícia que rouba junto enriquece junto! E os patriotários sustentam a Nova Política do GENOCIDA.
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