O Estado de S. Paulo
Direita é forte nas urnas e no Congresso, mas STF tem arsenal e o Centrão tem limites na guerras
O poder atrai, mas também divide. A direita
sai forte da eleição municipal e já era forte no Congresso, mas, enquanto o
pastor Silas Malafaia mira a metralhadora giratória para Jair Bolsonaro e Ciro
Nogueira (PP), o deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade,
integrante do Centrão, entra no Supremo com uma ação de impugnação do pacote
anti-STF aprovado por ampla maioria na CCJ da Câmara.
O bolsonarismo caminha rachado para 2026 e o Centrão – grande vencedor das eleições – enfrenta dissidência na guerra do Congresso contra o Supremo.
O bolsonarismo briga entre si, o Centrão não
é um monobloco e os dois também disputam entre si. Fortalecida, a direita
começa a delimitar terreno e fronteiras entre extremo, direita e
centro-direita.
A ação do Solidariedade é contra a PEC que dá
ao Congresso a última palavra em decisões constitucionais. Na prática, o
Supremo deixaria de ser Supremo, o Congresso assumiria esse papel. Logo, a PEC
é uma excrescência e a ação contra ela é movida com base numa cláusula pétrea
da Constituição: independência entre os poderes.
Três dias após a eleição, a CCJ, presidida
pela bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC), já aprovava quatro bombas contra o
STF: duas PECs, dando poderes ao Congresso para derrubar decisões da Corte e
limitar decisões monocráticas, e dois projetos de lei, ampliando o rol de
crimes de responsabilidade dos ministros e permitindo recurso ao plenário se o
presidente do Senado recusar pedido de impeachment deles. É guerra!
Gênese do pacote: começou a ser desenhado
quando o Supremo virou o bunker de resistência a um golpe de Estado, recebeu
contornos quando bolsonaristas jogaram a opinião pública contra a Corte, foi
definida com debates sobre Marco Temporal, drogas e aborto e ganhou cores
fortes quando o STF interveio nas emendas parlamentares.
Em resumo, os bolsonaristas abriram a guerra,
os conservadores aderiram e o Congresso se uniu quando o confronto chegou às
emendas – ou ao bolso. O pacote extrapolou ao transferir poderes do Supremo ao
Congresso e o Solidariedade deu um basta.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, também. Ele mandou os projetos para a CCJ, mas não garantirá a tramitação, principalmente, da PEC que põe o Congresso acima do Supremo. Assim, a guerra começou, avançou e está no estágio de medir forças e negociar. A direita é forte nas urnas e no Congresso, mas nem toda ela é extremista nem passa ilesa por investigações e processos.
2 comentários:
São muito bem vindas essas emendas constitucionais que estão tramitando no Congresso
O STF vem escalando a sua atitude autoritária , rasgando a nossa constituição , criando leis ao seu bel prazer , Enquanto eletem a função de guardião da Constituição hoje se arvoram em legislar e controlar as ações do executivo
O que é resolvido e votado dentro de um congresso ,um ministro do STF Desfaz numa canetada
Estão implantando uma ditadura do Judiciário, e que não temos a quem recorrer contra
A sociedade está aplaudindo essa iniciativa e pressionando seus parlamentares para voltar a favor dessas emendas constitucionais Providenciais
Não passará,não passarão...
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