O Globo
O resultado do primeiro turno mostrou o que
os cientistas políticos esperavam, uma queda da força da polarização, um avanço
de partidos de centro, com maior força do PSD, que passou de 654 prefeituras
para 867. O MDB continua com força municipalista, com 832 e continuará em
disputa no segundo turno, inclusive na maior cidade do país. O PT saiu de 183
para 238 cidades neste ano e o PSDB perdeu 256 cidades, de 520 para 264.
São Paulo evitou o pior cenário, que era de duas direitas, e uma delas vindo diretamente do abismo pelos seus métodos, pelas suas tramas, pelas mentiras, pelas suas ligações. Foi tão disputada a eleição em São Paulo que só no último percentil, o TSE divulgou a decisão.
Há algumas explicações para o resultado
de Ricardo Nunes,
que busca a reeleição ter ficado em primeiro lugar com poucos milhares de votos
à frente. O resultado é muito creditado ao governador Tarcísio de Freitas, que
abraçou a campanha e apostou em Nunes o tempo todo. Já o ex-presidente Jair
Bolsonaro deu sinais dúbios todo o tempo.
O que foi determinante foi a máquina do
governo do estado, a máquina da prefeitura, um exército de candidatos a
vereador e oito bilhões de reais de investimentos e o maior tempo de televisão.
É impressionante até que Nunes tenha ficado com menos de 30% dos votos.
Guilherme
Boulos recebeu o apoio de Tabata Amaral, e ela disse
que não foi algo intempestivo. Mas segundo turno é uma outra
eleição. Ninguém é dono do eleitor. Ele tem os mais variados caminhos para
tomar a decisão e isso é o que torna a democracia tão interessante.
Em Belo Horizonte, a maior surpresa foi a
derrocada de Mauro
Tramonte (Republicanos), que ficou com 15% dos votos, depois de
ter estado na frente em grande parte da campanha. As pesquisas mostravam um
triplo empate, mas ele despencou. Com a apuração encerrada, Bruno Engler (PL)
teve 34,3% dos votos e Fuad
Noman (PSD), 26,5% Agora, no segundo turno, vai ser todo o
esforço da esquerda em favor de Noman. Nas últimas semanas, venho ouvindo que
eles se arrependeram de não ter feito o acordo com o PSD mais cedo
Duas cidades importantes de Minas tiveram
mulheres do PT reeleitas. Em Contagem, maior cidade mineira, Marília Campos foi
reeleita em primeiro turno. E em Juiz de Fora, segundo a maior cidade,
Margarida Salomão também conseguiu a reeleição.
No Norte do país, um resultado muito
conservador. A cidade mais vital neste momento, Belém, haverá segundo turno, e
a luta para evitar um negacionista na capital da COP vai continuar. O candidato
Igor Normando, que leva a pauta ambiental do governador Helder Barbalho saiu na
frente mas disputará com o delegado Eder Mauro do PL. Em Goiânia vão se
enfrentar duas direitas, a do governador Ronaldo
Caiado e a do ex-presidente Jair Bolsonaro que entrou firme na
campanha, inclusive chamando Caiado de covarde.
O que ficou claro nesta eleição é que os
vetores da decisão do eleitor municipal são as mais variadas, e uma delas é sem
dúvida a avaliação do prefeito. Isso se explica uma grande quantidade de
reeleições como aconteceu no Rio,
Salvador e Recife.
Agora no segundo turno é outra eleição, todos
os olhos estarão em São Paulo, mas é cedo para fazer prognósticos. Os dados
serão lançados.
Um comentário:
Nunes é o franco favorito,como eu sempre disse.
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