O Estado de S. Paulo
Militares defendem anistia para golpistas e alívio no corte de gastos, ou é só para inglês ver?
Apesar de generais, coronéis e capitães
estarem no centro do inquérito do golpe de Estado, o atual comando legalista
do Exército lidera dois movimentos das Forças Armadas junto ao presidente Lula. Um para defender o indefensável: anistia dos
golpistas, para “zerar o jogo” e “desanuviar o ambiente político”. Outro para
aliviar a cota militar no corte de gastos. Esses “pedidos” são para valer, ou
só encenação para agradar às tropas?
O ministro da Defesa, José Múcio, e os três comandantes militares – general Tomás Paiva (Exército), almirante Marcos Olsen (Marinha) e brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica) – se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado, 30. Nenhum dos dois pedidos faz sentido, e não só porque as Forças Armadas não estão no seu melhor momento, após o apoio além do institucional ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a inclusão (até agora) de 25 militares, seis deles generais, entre os 37 indiciados por um golpe com detalhes sórdidos.
Como “zerar o jogo”, anistiando quem desonrou
a farda e participou de minutas de decretos, cronogramas, slogans, fakenews e
ações para um golpe e até de planos para assassinar o presidente eleito, seu
vice e um ministro do Supremo, então presidente TSE? Nada poderia ser mais
desastroso para o Brasil, particularmente para as Forças Armadas, do que passar
pano.
Uma anistia a criminosos desse naipe seria
“abrir a porteira” dos quartéis, multiplicar o erro histórico do Exército ao fechar os olhos para a transgressão do general Eduardo Pazuello ao
subir num palanque de Bolsonaro e incinerar os princípios basilares de ordem,
disciplina e patriotismo.
Bolsonaro provocar Lula e Alexandre de Moraes
para decretarem (a sua) anistia, vá lá. Bolsonaro é Bolsonaro, capaz de
qualquer absurdo e apontado como mandante de um golpe para instalar uma
ditadura militar. Mas oficiais legalistas, sérios, respeitáveis, que entram de
queixo erguido para a história, pedirem anistia para bandidos por
corporativismo?
Também não faz sentido as FA quererem rever a
parte que lhes cabe no latifúndio do corte de gastos. O argumento é que, por
exemplo, criar idade mínima de 55 anos para a reserva remunerada e acabar com a
“morte ficta” (o sujeito expulso mantém a pensão integral para a família)
desgasta os comandos junto às suas tropas para uma economia mínima do Tesouro.
Bem, se a economia é pequena, a perda dos
militares também é. E por que livrar só as FA, se o mínimo, abono salarial,
BPC, cultura, saúde, educação, supersalários nos Três Poderes e, mais adiante,
as maiores rendas privadas estão na mira da tesoura? Todos têm de contribuir
para o equilíbrio fiscal e, no caso dos militares, até mais por simbologia e
exemplo do que por economia. O bônus para a imagem é melhor do que o ônus em
certos bolsos. Tomara que os “pedidos” sejam só encenação para o “público
interno”.
5 comentários:
Eliane quem diria, você se tornou uma das jornalistas mais reacionárias do Brasil
Mas eu vejo vocês semelhante ao último baile dançado pela corte brasileira antes de ser expulsas e voltarem para Europa a família real dançou o último baile na ilha fiscal da Guanabara
Vocês estão dançando a última valsa. A grande guerra foi travada nas eleições americanas e o Trump venceu , nós vencemos
Acabou pra vocês , daí pra frente será decadência e vocês caminharam por ostracismo Dia a dia vão serem cortados os privilégios, financiamentos , os treinamentos , bolsas e tudo que vocês receberam nos últimos anos Fim de linha , e o pior que vai nos custar muito caro essa nossa postura no BRICS, e principalmente a adesão político financeira com a China e também a adesão a Rússia e Irã , mas talvez a gente precise passar por esse momento de dor pra que o brasileiro possa expurgar definitivamente essa ideologia Falida do socialismo da esquerda a ideologia Woke já está ladeira abaixo acelerada
Acabou é só aguardar
Aproveite o último baile e continuem nessa balada Histérica e desvairada que vocês vivem
Gritem , xinguem , cancelem , censurem, caluniem Enquanto podem
Sei.
O nosso anônimo falador é um profundo conhecedor das entranhas da política internacional - leia-se Donald Trump - e um profundo desconhecedor das entranhas do expediente de pontuação no exercício escrito da linha pátria.
...da língua pátria.
Excelente coluna!
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