segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Opinião do dia: Yascha Mounk* – a desilusão do cidadão

Até há pouco tempo, a democracia liberal reinava absoluto. A despeito de todas as suas deficiências, a maioria dos cidadãos parecia profundamente comprometida com sua forma de governo. A economia estava em crescimento. Os partidos radicais eram insignificantes. Os cientistas políticos achavam que em lugares como a França ou os Estados Unidos a democracia chegara para ficar fazia um bom tempo e que e que em anos vindouros pouca coisa mudaria. Politicamente falando, assim parecia, o futuro não seria muito diferente do passado.

Então o futuro chegou – e se revelou, na verdade, bem diferente.

A desilusão do cidadão com a política é coisa antiga; hoje em dia, ele está vez mais inquieto, raivoso, até desdenhoso. Faz tempo que os sistemas partidários parecem paralisados; hoje, o populismo autoritário cresce no mundo todo, da América à Europa e da Ásia à Austrália. Não é de hoje que os eleitores repudiam esse ou aquele partido, político ou governo; agora, muitos deles parecem estar fartos da democracia liberal em si.

*Yascha Mounk, cientista político alemão, professor da Universidade Johns Hopkins. “O povo contra a democracia – por que nossa liberdade corre perigo e como salvá-la”, p. 15-6. Companhia das Letras, 2019.

Entrevista | Luiz Werneck Vianna*: “Estamos num momento de empate; não de impasse”.

- IHU On-Line

Transcorrido um ano desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, o caminho pelo qual o país enveredou já não é mais “misterioso”, como advertiu o sociólogo Luiz Werneck Vianna em janeiro do ano passado na entrevista que concedeu à IHU On-Line. Ao analisar o primeiro ano do governo Bolsonaro à frente da Presidência da República, o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio é categórico: “Ficou claro neste primeiro ano que o tabuleiro que está posto na nossa frente é de uma guerra de posições. O governo está acantonado na sua trincheira, tentando implementar o seu projeto, que consiste em destruir o que havia antes e começar algo que considera que seja novo”. Do outro lado, diz, está a sociedade civil, que busca formas de resistir através do fortalecimento dela própria e das suas agências. “O importante, a meu ver, é que não há mais nada enigmático, está tudo claro: o que o governo quer e como a sociedade pode responder às pretensões autoritárias do governo”, assegura, na entrevista concedida por telefone à IHU On-Line.

Na avaliação dele, a disputa de posições em curso no país “favorece mais a sociedade, porque deixa à vista de todos que o governo trabalha com certas limitações políticas e institucionais. Ele não pode tudo, embora ele tente, a cada passo, um avanço; tenta sair da sua trincheira e avançá-la um pouco a mais, mas é obrigado a voltar, porque não consegue consolidar suas posições mais à frente”.

Para ele, 2020, ano que será marcado pelas eleições municipais, sinaliza que estamos entrando em um cenário novo, distanciando-se da era pré-Bolsonaro. “É novo porque neste ano tem a novidade das eleições municipais, que vão mexer com este país, vão facilitar os encontros, as alianças, a formulação de projetos alternativos. (...) As eleições deste ano são um balão de ensaio para isso, especialmente em alguns estados relevantes da federação”. A longo prazo, o sociólogo avalia que a sociedade caminha na direção de alternativas ao projeto do governo. “Há um movimento das coisas atuando na sociedade que propicia a emergência da novidade, da nova personalidade política e intelectual. Não estamos congelados no tempo”, conclui.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Na entrevista que nos concedeu no ano passado, logo depois da posse do presidente Bolsonaro, o senhor disse que o país havia enveredado para um caminho muito “misterioso” e não se sabia para onde a balança iria pender. Depois de um ano de governo, já é possível saber para qual lado a balança pendeu? Como o senhor avalia o primeiro ano do governo Bolsonaro?

Luiz Werneck Vianna – Este foi um ano de aprendizado para o governo e para a sociedade. Para o governo, porque ele testou os seus limites e as ideias que apresentou na campanha. Para a sociedade, porque ela aprendeu a encontrar formas de resistência ao projeto do governo. Ela deixou de ficar atônita, perplexa e passou a encontrar formas de respostas. Pelo menos o esforço disso ocorreu.

IHU On-Line - Como o governo se saiu neste primeiro ano, ao testar seus limites?

Luiz Werneck Vianna – Ficou claro neste primeiro ano que o tabuleiro que está posto na nossa frente é de uma guerra de posições. O governo está acantonado na sua trincheira, tentando implementar o seu projeto, que consiste em destruir o que havia antes e começar algo que considera que seja novo. Estamos na fase da demolição, mas haverá outras. O importante, a meu ver, é que não há mais nada enigmático, está tudo claro: o que o governo quer e como a sociedade pode responder às pretensões autoritárias do governo.

Agora estamos num cenário novo. É novo porque neste ano tem a novidade das eleições municipais, que vão mexer com este país, vão facilitar os encontros, as alianças, a formulação de projetos alternativos. Eleição no Brasil é sempre algo que traz novidade e esta não vai ser diferente. Estamos nos dissociando do período anterior, pré-Bolsonaro, assumindo novas identidades, identificando novos problemas e novas soluções. A intenção do governo é simplesmente erradicar todos os obstáculos que estão postos diante de uma afirmação capitalista selvagem no sentido de um projeto neoliberal, como se a experiência chilena encontrasse lugar aqui.

A sociedade brasileira é muito adversa, refratária a isso, independentemente de formações partidárias, ideologias. A resistência a uma ação econômica descontrolada como a que se quer introduzir é algo entranhado na nossa formação. Na questão ambiental, por exemplo, se quer remover os obstáculos que se manifestam nessa dimensão, como a questão indígena, e promover aí um capitalismo selvagem, com garimpos, avanço do agronegócio; isto está visto e não há mais enigma. O projeto do governo está visível diante do olhar de todos.

IHU On-Line – Como o parlamento tem reagido a esse projeto e às tentativas do governo de colocar seu projeto em curso?

Luiz Werneck Vianna – O parlamento tem afrontado tudo isso. Embora esse parlamento tenha uma representação mais fraca do que alguns anteriores, ele é expressivo da nossa cultura política e, para ele, há limites. Ele tem deixado isso claro. Essa não é uma novidade, porque isso apareceu no transcurso do ano que passou. Mas há novidades na emergência de novas lideranças intelectuais muito relevantes.

Fernando Gabeira - Um louco mundo em chamas

- O Globo

O desenvolvimento de uma sólida e bem equipada Defesa Civil pode ser um objetivo alcançável, se houver uma concentração de forças nessa tarefa

Outro dia, num artigo, reproduzi uma frase do sociólogo Ulrich Beck em que ele afirma que as coisas estão mudando tão rápida e amplamente que as pessoas têm a impressão de que o mundo ficou maluco.

Pois acrescento outra impressão inquietante: a de que o mundo está pegando fogo. Com causas e consequências diferentes, três grandes incêndios assustaram o planeta: Amazônia, Califórnia e Austrália.

O grande incêndio da Austrália foi mal compreendido pelo governo brasileiro, que provocou as ONGS e artistas: por que não se manifestam?

Ilusão. No momento em que escrevo, de Pink a Elton John, os artistas já doaram US$15 milhões aos bombeiros de South Wales e Victoria, as regiões mais atingidas pelo fogo.

“Imprecionante”, como diria o ministro Weintraub. Acontece que a reação do governo australiano foi parecida com a do brasileiro, ao afirmar que eram incêndios frequentes e regulares nas regiões atingidas.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, interrompeu suas férias no Havaí, mas ainda assim foi severamente criticado nas regiões devastadas.

Luciano Trigo* - No país da pós-verdade

- O Globo

Gerações de brasileiros estão sendo levadas a acreditar que a todo desejo equivale um direito — e nenhum dever

Historiadores relatam que, em busca das riquezas fabulosas do Eldorado, conquistadores europeus interrogavam insistentemente os nativos, até que recebessem — ou julgassem receber — a resposta que desejavam. Pero Vaz de Caminha escreve em sua famosa carta que, convidados a subir a bordo de uma caravela, alguns nativos examinaram atentamente um par de objetos e, em seguida, voltaram seu olhar para a terra. Os navegantes portugueses concluíram daí que eles estavam propondo trocar aqueles objetos por ouro e outras riquezas — interpretação que, evidentemente, mais se devia ao desejo que à realidade. “Isso tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos”, escreve Caminha.

Talvez tenhamos herdado do colonizador português nossa vocação para acreditar naquilo que queremos, mais do que naquilo que enxergamos. Não surpreende, portanto, que o recente fenômeno da pós-verdade tenha encontrado no Brasil terreno mais do que fértil: a pós-verdade conferiu, por assim dizer, legitimidade intelectual à persistente atitude do brasileiro de ignorar fatos e números que contrariem suas convicções. Sempre aplicamos à realidade o filtro do nosso desejo: se a realidade não corresponde ao que quero, pior para a realidade.

Outro traço distintivo do caráter nacional no século 21 é a obstinada recusa em reconhecer um erro. Parece que Mark Twain estava pensando nos brasileiros do futuro quando afirmou que é mais fácil enganar as pessoas do que convencê-las de que elas foram enganadas. Assim somos: preferimos nos agarrar a um engano até o túmulo a admitir que fomos feitos de bobos. Por fim, um terceiro traço que nos caracteriza, complementar aos outros dois, é a tendência a confundir fatos e opiniões, vontades e direitos, o que geralmente conduz à vitimização: quando desejos se transformam em direitos, se eu não tenho algo que quero será sempre por culpa do outro, não por incompetência minha.

Marcus André Melo* - Deveríamos ter o recall de detentores de mandato?

- Folha de S. Paulo

Mais sintoma que remédio, nenhuma democracia o adota para membros do congresso.

Nos últimos 25 anos alguns países adotaram o recall de políticos. Entre 1997 e 2013, mais de 5.000 pedidos foram apresentados contra prefeitos e vereadores de 747 municípios peruanos (45% do total), 1.737 deles perderam o cargo. No Equador, entre 1998 e 2013, são 784 petições, 78 referendos revocatórios e 21 destituídos (cf. “The Routledge Handbook of Referendums and Direct Democracy”, 2017).

Há também previsão para recall de presidentes na Venezuela e em três outros países onde não foi utilizado: Bolívia, Equador e Taiwan. Chávez sobreviveu a um recall cuja aprovação defendeu, após ter ameaçado e divulgado o nome de milhares de peticionários (no escândalo da lista Tascón).

Dentre os que permitem apenas o recall de parlamentares nacionais não há, salvo o Panamá, nenhuma democracia: Rússia, Etiópia, Quirguistão, Nigéria, Libéria e Uganda.

Celso Rocha de Barros* - Nascido como 'zuero', radicalismo de Bolsonaro chega à censura

- Folha de S. Paulo

Estratégia importada finge ironia enquanto promove extremismo

No começo eram perfis de internet pró-Bolsonaro com nomes como "Bolsonaro zuero" e "Bolsonaro opressor". A ideia era que o radicalismo bolsonarista era "zuero", uma piada politicamente incorreta para, como dizem os trumpistas, "own the libs", sacanear a esquerda. A apologia a Brilhante Ustra não era fascismo, diziam, era provocação de um espírito "contrarian".

Termos como "opressor" passaram a ser usados como autodescrições que empoderavam os direitistas porque os libertavam da "ditadura do politicamente correto", a única ditadura de que os bolsonaristas não gostam, certamente por ser imaginária.

Essa estratégia nasceu na direita radical americana, e sua importação para o Brasil sempre foi problemática. A direita brasileira acusava a esquerda de ser um bando de perigosos guerrilheiros das Farcs colombianas. Como dizer isso e, ao mesmo tempo, dizer que a esquerda era também um bando de "snowflakes" cirandeiros preocupados com seus "safe spaces", como a direita americana chama seus adversários de esquerda na universidade? Uma das poucas críticas que não se podia fazer aos stalinistas, afinal, é que eles fossem excessivamente sensíveis e respeitadores das diferenças.

Leandro Colon - O pobre espera a sua vez no governo Bolsonaro

- Folha de S. Paulo

O combate à pobreza é uma incógnita na Esplanada. Não se sabe qual a estratégia de Bolsonaro

O governo Bolsonaro se preocupa com os mais pobres? Tem políticas públicas para diminuir a miséria? Pensa em medidas para reduzir a desigualdade social?

Passado um ano de gestão, a única certeza é que, até agora, o Palácio do Planalto não contou o que quer e pretende fazer. O combate à pobreza é uma incógnita na Esplanada.

O presidente Jair Bolsonaro gastou, nos seus primeiros 12 meses, tempo com bobagens ideológicas nas redes sociais e vocabulário para atacar adversários e jornalistas.

A economia, de fato, deu passos (ainda que curtos) de retomada. No entanto, pouco se sabe qual a estratégia para aqueles que mais precisam de dinheiro e comida na mesa.

Vinicius Mota - Nos juros, há resfriamento global

- Folha de S. Paulo

Taxas negativas obedecem a tendência de mais de sete séculos, diz novo estudo

Lufadas de um mundo novo, em que o dinheiro poupado perde valor com o tempo, chegaram ao Brasil no segundo semestre de 2019. A maioria dos nossos analistas ainda acha que se trata de um período excepcional e passageiro. Será?

Nos jardins de Harvard, nos Estados Unidos, brota um esforço monumental para demonstrar que a queda dos juros e seu mergulho abaixo de zero obedecem a uma tendência multissecular que remonta no mínimo ao final da Idade Média.

Em doutorado na universidade americana, Paul Schmelzing tenta descrever 707 anos de evolução das taxas de empréstimo no conjunto dos países avançados a partir de fontes primárias. Não há registro de outro trabalho com essa envergadura.

Ruy Castro* - Bem-vindo ao clube

- Folha de S. Paulo

Ninguém está imune a ter seus conceitos ou preconceitos manipulados

Uma manchete de jornal me informa que o Facebook sabe o tempo todo onde você está. Mesmo com a “função de geolocalização” desativada, ele analisa os aplicativos com que os seus dedinhos passam o dia brincando e isso basta para determinar o que está fazendo, onde, quando, como, por que e com quem. Portanto, abra o olho: a velha desculpa da ida ao dentista ou ao Maracanã já não é à prova de flagra. Uma reles rapidinha numa quarta-feira à tarde há quatro ou cinco anos pode ser rastreada hoje e usada contra você no tribunal.

Por sorte, o Facebook tem mais com que se ocupar do que com os seus baixos meridianos. Ele está mais interessado em vasculhar sua cabeça —ideias, conceitos, preconceitos, hábitos de leitura, número de amigos e sua capacidade de influenciá-los. Mesmo as suas postagens mais bobas, como a foto do cheeseburguer que você está a ponto de comer no quiosque, contêm informação a ser processada e usada para fins outros. E que fins são esses? Sociais, econômicos, comerciais, estratégicos, políticos, até eleitorais.

Por meio delas, sabe-se quem é mais suscetível a mensagens liberais ou nacionalistas, de esquerda ou de direita ou a favor da Terra redonda ou chata, e manipulá-las de acordo. Você próprio já deve ter recebido mensagens que dizem exatamente o que você “queria dizer” e só não sabia como.

Carlos Pereira - Candidatura avulsa: ter ou não ter

- O Estado de S.Paulo

Presença de candidatos independentes tem potencial de comprometer governabilidade

A convite do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, participei no último dia 09 de dezembro de audiência pública para debater a constitucionalidade da candidatura avulsa no sistema político brasileiro. Ficou evidente uma grande polarização de preferências entre os convidados. Os partidos políticos e colegas cientistas políticos presentes se posicionaram enfaticamente contrários à adoção de candidaturas avulsas. Acreditam que os partidos políticos seriam os verdadeiros veículos da representação em uma democracia e, portanto, deveriam ter o monopólio do acesso ao sistema político. Candidatos avulsos colocariam em risco a própria democracia, já que seriam representantes deles mesmos.

Por outro lado, os movimentos sociais se manifestaram com veemência a favor de candidaturas independentes. A despeito do expressivo número de partidos (30 deles têm pelo menos um representante na Câmara dos Deputados), os movimentos sociais ali presentes se disseram não representados por nenhum dos partidos. Argumentaram que as estruturas partidárias são excessivamente hierarquizadas, viciadas e, muitas delas, corrompidas. A presença de candidatos independentes, portanto, iria oxigenar e gerar maior competitividade ao jogo partidário.

Em estudo que investiga os efeitos de candidaturas avulsas na Índia (Independent Candidates and Political Representation in India), publicado em 2018 na revista APSR, os pesquisadores Sasha Kapoor e Arvind Magesan mostram que a presença de candidatos independentes aumenta consideravelmente o número de eleitores participando do processo eleitoral. Por outro lado, diminuem substancialmente a probabilidade de eleição de legisladores que faziam parte da coalizão de governo.

Bruno Carazza* - (Des)continuidades

- Valor Econômico

No Brasil de 2020, políticas públicas ainda são criadas no achismo

Edward Johnston poderia ter se formado médico, mas abandonou a faculdade em Edimburgo para retornar a Londres no final do século XIX. Fascinado por tipografia antiga, passava dias estudando antigos manuscritos medievais no Museu Britânico. Começou então a dar aulas de lettering e em 1906 publicou um livro ensinando suas técnicas, que tinha o sugestivo nome “Escrevendo e Iluminando”.

Em 1913, Johnston foi contratado pela companhia de metrô de Londres para propor uma reformulação da identidade visual das estações. Trabalhando sobre a ideia de um antigo símbolo que combinava um círculo vermelho e uma barra horizontal azul e introduzindo o nome da estação com uma tipografia leve no centro, a proposta de Johnston foi aprovada pelos executivos da empresa e passou a ser adotada em toda a cidade a partir de 1919.

Alguns anos depois, o departamento de sinalização do metrô contratou um jovem desenhista de nome Henry Beck. Sua principal missão era desenhar plantas de engenharia e placas seguindo a tipografia criada por Johnston. Mas, com a expansão das linhas e do número de estações, Beck se incomodava com a complexidade dos mapas do Underground, à época elaborados em escala geográfica.

Apostando na concepção de que o passageiro estava mais interessado na sequência das estações e na conexão entre as linhas do que na distância percorrida entre elas, Beck começou a desenvolver, nas suas horas vagas, um novo mapa. Baseado na ideia de um circuito elétrico e atribuindo cores diferentes para cada linha, o mapa de Beck foi testado em 1933 e desde então tem sido copiado pelos principais sistemas de transporte do mundo, inclusive o metrô de São Paulo.

Se você visitar algum dos vagões antigos das décadas de 1940 ou 1950 expostos no London Transport Museum, localizado do lado de Covent Garden, vai verificar que, a despeito das mudanças no mobiliário, a identidade visual das placas informativas é praticamente a mesma de hoje em dia. Um século depois que suas ideias foram propostas, os logotipos e desenhos criados por Johnston e Beck não apenas continuam a designar as estações e linhas do metrô, como tornaram-se ícones culturais da cidade de Londres e da própria Inglaterra.

Fabio Graner - Crescimento ainda está distante do ideal

- Valor Econômico

Apesar da melhora que parece contratada para o PIB deste ano, não há motivo para euforia

O Ministério da Economia se prepara para lançar ainda neste primeiro bimestre uma nova versão do programa Brasil mais Produtivo, política para aumentar a produtividade nas plantas industriais.
O objetivo dessa nova fase será apoiar cerca de 200 mil empresas em até quatro anos. Os esforços de aumento de produtividade não serão apenas voltados para o setor industrial, como na versão criada no governo Michel Temer. Incluirão também as empresas de pequeno e médio porte dos setores de serviços e comércio.

O projeto original prestou consultoria para cerca de 3 mil empresas entre 2016 e 2018. Seu relançamento havia sido prometido pelo secretário especial de Competitividade, Carlos Da Costa, ainda no início de 2019, mas só agora a medida está ficando pronta.
O Valor apurou que um dos objetivos do novo programa é colocar as empresas industriais na trilha da chamada indústria 4.0, que tem alto grau de digitalização e informatização em seu processo produtivo. Na versão original, o objetivo era mais modesto: melhorar os processos no “chão de fábrica”.

Ainda não há muitos detalhes sobre a iniciativa, que deve contar com recursos orçamentários e do Sistema S. De qualquer forma, evidencia correta preocupação do governo em fomentar a produtividade e dar horizonte mais sustentável e robusto de crescimento ao país.

A questão que se coloca é se o que a área econômica tem feito e pretende fazer, como esse novo programa, é suficiente para atender às enormes necessidades do país, que ainda não voltou aos níveis de produção, emprego e renda anteriores a 2015.

O que a mídia pensa – Editoriais

Governo perdido – Editorial | O Estado de S. Paulo

No início de seu segundo ano, o governo de Jair Bolsonaro dá claros sinais de estar sem rumo definido. A cada semana surgem novas medidas e ações, absolutamente pontuais e sem um objetivo comum. Além de tirar eficácia da ação estatal, essa falta de coordenação provoca atritos e tensões absolutamente desnecessários entre órgãos do governo. Não há tempo a perder. A situação econômica e social do País exige um governo federal capaz de definir e enfrentar as prioridades nacionais, sem desperdiçar energias em ações que não apenas não trazem benefícios relevantes, como são, em muitos casos, atalhos para o atraso.

Por exemplo, o presidente Bolsonaro deseja conceder subsídio na conta de luz para templos religiosos de grande porte, revelou o Estado. Para tanto, Bolsonaro solicitou ao Ministério de Minas e Energia a minuta de um decreto contendo o agrado às igrejas. A ideia é que os templos paguem tarifas mais baratas no horário de ponta, semelhantes às cobradas durante o dia. O valor que as igrejas deixariam de pagar seria custeado por outros consumidores.

Música | Grupo Entre Elas - Agora viu que perdeu e chora | Alguém me avisou

Poesia | Ferreira Gullar - Porque a vida não basta