Da Sucursal de Brasília
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Nem ação de Lula consegue evitar que Senado abra investigação focada na estatal
Pela manhã, presidente convocou entrevista na base aérea para atacar o PSDB, que segundo ele, atuou de maneira "irresponsável"
O governo não conseguiu evitar a criação da CPI da Petrobras. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que trabalharam nos gabinetes até a meia-noite de ontem, falharam ao tentar convencer senadores a retirarem assinaturas de dois requerimentos. Lula acusou o PSDB de agir de modo "irresponsável" e "pouco patriota" ao insistir na CPI.
Dois requerimentos criando comissões para investigar a Petrobras foram lidos ontem pela manhã no plenário do Senado. Um dos pedidos é do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e outro, de Romeu Tuma (PTB-SP).
Das 32 assinaturas recolhidas pelo tucano (são necessárias 27), 7 eram de governistas. O governo corria ontem contra o tempo para que, até a meia-noite, seis senadores retirassem os nomes de cada pedido.
Dias pede investigação nas obras da refinaria Abreu e Lima (PE), na manobra contábil feita pela empresa para pagar menos impostos e nos patrocínios da estatal em prefeituras nas festas juninas. O requerimento de Tuma propunha apurar fraudes em licitações, alvo de investigação da Polícia Federal na Operação Águas Profundas.
A ordem de Lula foi não deixar nenhuma CPI funcionar para evitar prejuízos nos investimentos da Petrobras, considerados essenciais para a recuperação da economia.
Com a desistência dos senadores Augusto Botelho (PT-RR), Cesar Borges (PR-BA), Almeida Lima (PMDB-SE), Adelmir Santana (DEM-DF), Cristovam Buarque (PDT-DF), Expedito Junior (PR-RO), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Maria do Carmo (DEM-SE) , o governo conseguiu só barrar a investigação proposta por Tuma.
Como Cristovam e Santana tinham colocado o nome nos dois pedidos, o requerimento dos tucanos ficou com 30 assinaturas, e os líderes terão que indicar senadores para a CPI.
O primeiro sinal da disposição de Lula para enterrar a CPI veio no final da manhã de ontem, antes de embarcar para Arábia Saudita e China. Ele decidiu dar entrevista na base aérea, algo pouco comum, e atacou os tucanos.
"De repente, o PSDB ficou nervoso", ironizou Lula, que mobilizou os ministros Carlos Lupi (Trabalho), Edison Lobão (Minas e Energia) e José Múcio (Relações Institucionais) e aliados para convencerem senadores a retirar as assinaturas. "Eu, sinceramente, acho estranho que um partido que já governou este país por oito anos, que um partido que já teve dezenas de governadores, que tem governadores nos Estados mais importantes do país, tome uma decisão irresponsável como esta. Irresponsável porque parece uma briga de adolescentes", afirmou Lula.
Em nota dos senadores Sérgio Guerra, presidente do partido, e Arthur Virgílio (AM), o PSDB diz que "irresponsáveis são as diretorias "severinas" de furar poço", o loteamento de cargos e não fiscalizar a estatal.
Os desistentes alegaram estar cumprindo o acordo firmado na reunião de líderes na manhã de quinta-feira para, antes de criar a CPI, ouvir o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, em audiência no Congresso. Ontem, emissários do governo diziam que a audiência com Gabrielli seria a segunda opção para esvaziar a CPI.
O ministro José Mucio foi encarregado de comandar a operação governista e estava de plantão em Brasília.
O senador Gim Argelo (PTB-DF) também ficou disparando telefonemas até a meia-noite. Pela manhã, Múcio se reuniu com Lula e levou ao encontro o assessor do Planalto responsável pela liberação de emendas, Marcos Lima.
Ontem, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) negou que o governo tivesse conhecimento da alteração contábil feita pela Petrobras. "As empresas geralmente buscam um regime fiscal que lhes favoreça."
Às 23h50, ofícios assinados por mais de dez senadores chegaram à Secretaria-Geral da Mesa. Eram desistências da comissão proposta por Tuma e a do Apagão na Educação, de Cristovam.
Além da Petrobras, a base de Lula não conseguiu evitar a criação da CPI da Amazônia, proposta por Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Nem ação de Lula consegue evitar que Senado abra investigação focada na estatal
Pela manhã, presidente convocou entrevista na base aérea para atacar o PSDB, que segundo ele, atuou de maneira "irresponsável"
O governo não conseguiu evitar a criação da CPI da Petrobras. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que trabalharam nos gabinetes até a meia-noite de ontem, falharam ao tentar convencer senadores a retirarem assinaturas de dois requerimentos. Lula acusou o PSDB de agir de modo "irresponsável" e "pouco patriota" ao insistir na CPI.
Dois requerimentos criando comissões para investigar a Petrobras foram lidos ontem pela manhã no plenário do Senado. Um dos pedidos é do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e outro, de Romeu Tuma (PTB-SP).
Das 32 assinaturas recolhidas pelo tucano (são necessárias 27), 7 eram de governistas. O governo corria ontem contra o tempo para que, até a meia-noite, seis senadores retirassem os nomes de cada pedido.
Dias pede investigação nas obras da refinaria Abreu e Lima (PE), na manobra contábil feita pela empresa para pagar menos impostos e nos patrocínios da estatal em prefeituras nas festas juninas. O requerimento de Tuma propunha apurar fraudes em licitações, alvo de investigação da Polícia Federal na Operação Águas Profundas.
A ordem de Lula foi não deixar nenhuma CPI funcionar para evitar prejuízos nos investimentos da Petrobras, considerados essenciais para a recuperação da economia.
Com a desistência dos senadores Augusto Botelho (PT-RR), Cesar Borges (PR-BA), Almeida Lima (PMDB-SE), Adelmir Santana (DEM-DF), Cristovam Buarque (PDT-DF), Expedito Junior (PR-RO), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Maria do Carmo (DEM-SE) , o governo conseguiu só barrar a investigação proposta por Tuma.
Como Cristovam e Santana tinham colocado o nome nos dois pedidos, o requerimento dos tucanos ficou com 30 assinaturas, e os líderes terão que indicar senadores para a CPI.
O primeiro sinal da disposição de Lula para enterrar a CPI veio no final da manhã de ontem, antes de embarcar para Arábia Saudita e China. Ele decidiu dar entrevista na base aérea, algo pouco comum, e atacou os tucanos.
"De repente, o PSDB ficou nervoso", ironizou Lula, que mobilizou os ministros Carlos Lupi (Trabalho), Edison Lobão (Minas e Energia) e José Múcio (Relações Institucionais) e aliados para convencerem senadores a retirar as assinaturas. "Eu, sinceramente, acho estranho que um partido que já governou este país por oito anos, que um partido que já teve dezenas de governadores, que tem governadores nos Estados mais importantes do país, tome uma decisão irresponsável como esta. Irresponsável porque parece uma briga de adolescentes", afirmou Lula.
Em nota dos senadores Sérgio Guerra, presidente do partido, e Arthur Virgílio (AM), o PSDB diz que "irresponsáveis são as diretorias "severinas" de furar poço", o loteamento de cargos e não fiscalizar a estatal.
Os desistentes alegaram estar cumprindo o acordo firmado na reunião de líderes na manhã de quinta-feira para, antes de criar a CPI, ouvir o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, em audiência no Congresso. Ontem, emissários do governo diziam que a audiência com Gabrielli seria a segunda opção para esvaziar a CPI.
O ministro José Mucio foi encarregado de comandar a operação governista e estava de plantão em Brasília.
O senador Gim Argelo (PTB-DF) também ficou disparando telefonemas até a meia-noite. Pela manhã, Múcio se reuniu com Lula e levou ao encontro o assessor do Planalto responsável pela liberação de emendas, Marcos Lima.
Ontem, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) negou que o governo tivesse conhecimento da alteração contábil feita pela Petrobras. "As empresas geralmente buscam um regime fiscal que lhes favoreça."
Às 23h50, ofícios assinados por mais de dez senadores chegaram à Secretaria-Geral da Mesa. Eram desistências da comissão proposta por Tuma e a do Apagão na Educação, de Cristovam.
Além da Petrobras, a base de Lula não conseguiu evitar a criação da CPI da Amazônia, proposta por Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
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