Fabio Graner
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Equipe econômica anuncia na quarta-feira nova estimativa de crescimento para o próximo ano
A equipe econômica deve anunciar oficialmente, na próxima semana, a redução da projeção de crescimento econômico em 2009 dos atuais 2% para algo entre 0,5% e 1%, segundo informou uma fonte do governo. No dia 20, o Ministério do Planejamento tem de divulgar o relatório bimestral de receitas e despesas e a revisão dos parâmetros macroeconômicos para o ano, incluindo a projeção do crescimento da economia.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já mostrou um discurso menos otimista com o crescimento, ao dizer que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer entre "0% e 2%" neste ano. Além do maior pessimismo do ministro, que durante um bom tempo insistiu em crescimento de 4% em 2009, a nova projeção marca uma mudança de atitude: em vez de focar em um número específico, trabalha com um intervalo de estimativa.
Isso tende a expor menos o ministro aos erros inerentes às previsões sobre o PIB. O novo cenário de crescimento a ser divulgado na semana que vem leva em conta uma aceleração da economia no segundo semestre, com o País crescendo a um ritmo de 4% nos três meses finais do ano. Além disso, na equipe econômica já é dada como certa a chamada recessão técnica, que é marcada pela sequência de pelo menos dois trimestres de queda no PIB.
As estimativas para o resultado negativo da economia no período de janeiro a março deste ano variam de 1,5% a 3% ndo próprio governo, o que fará grande diferença no resultado final de 2009. Vale lembrar que o País já entrou este ano com um PIB negativo de 1,5%, o chamado "carry over", deixado pelo péssimo desempenho da atividade econômica no último trimestre de 2008, período mais agudo da crise internacional.
Apesar das diferenças numéricas entre os vários economistas do governo, os cenários na equipe econômica mostram trajetórias semelhantes: primeiro trimestre ruim, com recessão técnica; segundo trimestre iniciando a recuperação e aceleração mais forte na segunda metade do ano, com o último trimestre mais intenso, refletindo plenamente as medidas fiscais e a queda nos juros executada pelo Banco Central (BC), além de contar com o efeito comparação com o fraco final de 2008.
Para 2010, um aumento perto de 4% hoje é o cenário básico nas diferentes áreas do governo, o que indica uma economia mais vigorosa, embora ainda crescendo abaixo do seu potencial - que era estimado em torno de 5%. Por enquanto, a projeção oficial do governo é de expansão de 4,5% no ano que vem.
Com a economia se recuperando, mas crescendo abaixo de sua capacidade durante os próximos dois anos, o cenário é favorável para a continuidade do relaxamento da política monetária, embora o mercado esteja enxergando alguma alta nos juros no ano que vem. No governo, há quem consiga ver a Selic caindo abaixo de 9%, chegando a bater na casa de 8,5%. Além da economia crescendo abaixo do potencial, a valorização cambial, com seu impacto positivo na inflação, deixaria o BC mais tranquilo para reduzir juros.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Equipe econômica anuncia na quarta-feira nova estimativa de crescimento para o próximo ano
A equipe econômica deve anunciar oficialmente, na próxima semana, a redução da projeção de crescimento econômico em 2009 dos atuais 2% para algo entre 0,5% e 1%, segundo informou uma fonte do governo. No dia 20, o Ministério do Planejamento tem de divulgar o relatório bimestral de receitas e despesas e a revisão dos parâmetros macroeconômicos para o ano, incluindo a projeção do crescimento da economia.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já mostrou um discurso menos otimista com o crescimento, ao dizer que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer entre "0% e 2%" neste ano. Além do maior pessimismo do ministro, que durante um bom tempo insistiu em crescimento de 4% em 2009, a nova projeção marca uma mudança de atitude: em vez de focar em um número específico, trabalha com um intervalo de estimativa.
Isso tende a expor menos o ministro aos erros inerentes às previsões sobre o PIB. O novo cenário de crescimento a ser divulgado na semana que vem leva em conta uma aceleração da economia no segundo semestre, com o País crescendo a um ritmo de 4% nos três meses finais do ano. Além disso, na equipe econômica já é dada como certa a chamada recessão técnica, que é marcada pela sequência de pelo menos dois trimestres de queda no PIB.
As estimativas para o resultado negativo da economia no período de janeiro a março deste ano variam de 1,5% a 3% ndo próprio governo, o que fará grande diferença no resultado final de 2009. Vale lembrar que o País já entrou este ano com um PIB negativo de 1,5%, o chamado "carry over", deixado pelo péssimo desempenho da atividade econômica no último trimestre de 2008, período mais agudo da crise internacional.
Apesar das diferenças numéricas entre os vários economistas do governo, os cenários na equipe econômica mostram trajetórias semelhantes: primeiro trimestre ruim, com recessão técnica; segundo trimestre iniciando a recuperação e aceleração mais forte na segunda metade do ano, com o último trimestre mais intenso, refletindo plenamente as medidas fiscais e a queda nos juros executada pelo Banco Central (BC), além de contar com o efeito comparação com o fraco final de 2008.
Para 2010, um aumento perto de 4% hoje é o cenário básico nas diferentes áreas do governo, o que indica uma economia mais vigorosa, embora ainda crescendo abaixo do seu potencial - que era estimado em torno de 5%. Por enquanto, a projeção oficial do governo é de expansão de 4,5% no ano que vem.
Com a economia se recuperando, mas crescendo abaixo de sua capacidade durante os próximos dois anos, o cenário é favorável para a continuidade do relaxamento da política monetária, embora o mercado esteja enxergando alguma alta nos juros no ano que vem. No governo, há quem consiga ver a Selic caindo abaixo de 9%, chegando a bater na casa de 8,5%. Além da economia crescendo abaixo do potencial, a valorização cambial, com seu impacto positivo na inflação, deixaria o BC mais tranquilo para reduzir juros.
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