sábado, 16 de maio de 2009

Estatal é peça chave na política

Flávia Barbosa
DEU EM O GLOBO

Petrobras responde por R$ 263 bi do PAC, crucial para Dilma

BRASÍLIA. A Petrobras não é só um dos maiores patrimônios do país, como defendeu ontem a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ao tentar barrar a criação de uma CPI para investigar negócios da estatal, o governo quer evitar prejuízos, ou até a paralisação, de R$ 263 bilhões em obras. Essa é a contribuição estimada da petrolífera ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vitrine da candidata Dilma nas eleições presidenciais.

O estrago de uma CPI para o governo é ainda maior se entrar na equação a exploração de petróleo e gás na camada do pré-sal — que tem força e simbolismo políticos imensos. E o governo Lula vem se preparando para capitalizar sozinho a entrada do Brasil no grupo dos grandes produtores mundiais de óleo.

Considerando que a estatal responde por praticamente todas as ações previstas em exploração e produção de petróleo, o PAC tem 22,9% de seu R$ 1,148 trilhão em investimentos atrelados à Petrobras. Comparado à petrolífera, o governo federal é um pequeno poupador e a estatal, um megainvestidor. O Orçamento da União prevê o investimento de R$ 39 bilhões em obras este ano. Já o Plano de Negócios da Petrobras prevê desembolso de US$ 28,6 bilhões em 2009, ou R$ 60,3 bilhões.

A estatal é ainda estratégica na distribuição de investimentos. Suas encomendas reativaram a indústria naval em cinco estados. Segundo pesquisa do Instituto de Economia da UFRJ, de agosto de 2008, a Petrobras responde hoje por 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).

Com o pré-sal, poderá chegar a 10%.

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