Rosa Costa, BRASÍLIA
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Principal interlocutor no Senado do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no período em que o Estado publicou a entrevista de Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, o senador Tião Viana (PT-AC) foi um dos primeiros a saber que o caseiro recebera um depósito de quase R$ 40 mil em sua conta corrente.
Aos jornalistas encarregados de cobrir o depoimento de Nildo na CPI dos Bingos, no Senado, em 16 de março de 2006, uma quinta-feira, Tião avisou que eles teriam "uma grande surpresa". Aos senadores, chegou a dizer que o caseiro havia recebido dinheiro para acusar Pallocci. Dois dias antes, na terça-feira 14, o Estado publicara a entrevista na qual Nildo afirmava que Palocci frequentava a casa da chamada República de Ribeirão.
Só no dia seguinte, uma sexta-feira, é que a revista Época publicou na internet a notícia de que o caseiro recebera depósitos de R$ 38.860 em sua conta da Caixa Econômica Federal.
Tião Viana foi personagem-chave no episódio. Foi por intermédio do senador que Palocci soube da existência do caseiro. O início da trama que levaria à quebra do sigilo bancário de Nildo começou quando a jornalista Helena Chagas, na ocasião diretora do jornal O Globo, em Brasília, comentou com o senador petista que seu jardineiro havia lhe contado que o caseiro da residência ao lado (Nildo) - que era frequentada pelo ministro - tinha recebido dinheiro suficiente para comprar uma casa.
O senador, então, avisou ao ministro, que, por sua vez ligou para a jornalista. Foi aí que o então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, entrou em cena, acionado pelo ministro.
A intermediação de Tião Viana só veio a público porque Eduardo Suplicy (PT-SP) contou a conversa que teve com ele, na CPI dos Bingos. O Estado tentou falar com Tião Viana, mas ele não respondeu à ligação.
Na reportagem O Caseiro, publicada pela revista Piauí, em outubro de 2008, o jornalista João M. Salles revela que, no mesmo dia em que Nildo foi à CPI para prestar depoimento, um técnico da Receita "abriu o dossiê Integrado Pessoa Física de Francenildo".
"Anotou as informações e as repassou ao coordenador-geral de fiscalização, que, na véspera, instruíra um subordinado a investigar Francenildo", disse a reportagem. No mesmo dia, segundo a revista, Mattoso saiu de uma reunião no Planalto, subiu até seu gabinete na Caixa e chamou o consultor da presidência, Ricardo Schumann.
"Segundo declarou à Polícia Federal, Mattoso lhe passou verbalmente o número do CPF de Nildo e disse: "Veja o que ele tem na Caixa." O próximo passo foi a exibição do extrato no site da revista Época.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Principal interlocutor no Senado do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no período em que o Estado publicou a entrevista de Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, o senador Tião Viana (PT-AC) foi um dos primeiros a saber que o caseiro recebera um depósito de quase R$ 40 mil em sua conta corrente.
Aos jornalistas encarregados de cobrir o depoimento de Nildo na CPI dos Bingos, no Senado, em 16 de março de 2006, uma quinta-feira, Tião avisou que eles teriam "uma grande surpresa". Aos senadores, chegou a dizer que o caseiro havia recebido dinheiro para acusar Pallocci. Dois dias antes, na terça-feira 14, o Estado publicara a entrevista na qual Nildo afirmava que Palocci frequentava a casa da chamada República de Ribeirão.
Só no dia seguinte, uma sexta-feira, é que a revista Época publicou na internet a notícia de que o caseiro recebera depósitos de R$ 38.860 em sua conta da Caixa Econômica Federal.
Tião Viana foi personagem-chave no episódio. Foi por intermédio do senador que Palocci soube da existência do caseiro. O início da trama que levaria à quebra do sigilo bancário de Nildo começou quando a jornalista Helena Chagas, na ocasião diretora do jornal O Globo, em Brasília, comentou com o senador petista que seu jardineiro havia lhe contado que o caseiro da residência ao lado (Nildo) - que era frequentada pelo ministro - tinha recebido dinheiro suficiente para comprar uma casa.
O senador, então, avisou ao ministro, que, por sua vez ligou para a jornalista. Foi aí que o então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, entrou em cena, acionado pelo ministro.
A intermediação de Tião Viana só veio a público porque Eduardo Suplicy (PT-SP) contou a conversa que teve com ele, na CPI dos Bingos. O Estado tentou falar com Tião Viana, mas ele não respondeu à ligação.
Na reportagem O Caseiro, publicada pela revista Piauí, em outubro de 2008, o jornalista João M. Salles revela que, no mesmo dia em que Nildo foi à CPI para prestar depoimento, um técnico da Receita "abriu o dossiê Integrado Pessoa Física de Francenildo".
"Anotou as informações e as repassou ao coordenador-geral de fiscalização, que, na véspera, instruíra um subordinado a investigar Francenildo", disse a reportagem. No mesmo dia, segundo a revista, Mattoso saiu de uma reunião no Planalto, subiu até seu gabinete na Caixa e chamou o consultor da presidência, Ricardo Schumann.
"Segundo declarou à Polícia Federal, Mattoso lhe passou verbalmente o número do CPF de Nildo e disse: "Veja o que ele tem na Caixa." O próximo passo foi a exibição do extrato no site da revista Época.
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