DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Brasília entra numa roda-viva de ilustres visitantes internacionais a partir de amanhã, com o governo Lula em cima do muro numa área que já foi tão cara à esquerda: direitos humanos.
Não que haja mais ou menos agressões a presos aqui, pois elas continuam graves como sempre. O problema é a posição -ou a falta dela- diante de dois casos condenados mundo afora: Cuba e Irã.
Na semana passada, Lula deu o azar de ir a Cuba com a ilha se contorcendo em dores pelo pedreiro Orlando Zapata Tamayo, 42, que preferiu a greve de fome e a morte a suportar o regime calado.
O sacrifício de Tamayo remete à velha esquerda do Brasil. Mas a que assumiu o poder não se solidariza com ele. "Há problemas de direitos humanos no mundo inteiro", deu de ombros Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula.
Ou a esquerda rendeu-se às conveniências do poder, ou a morte de quem resistia à ditadura brasileira era heroísmo e a de quem resiste à cubana é bobagem. Entre o martírio de Tamayo e o regime de Fidel, louve-se o regime.
Em maio, Lula vai se meter em outro vespeiro. Ao desembarcar no Irã, estará sujeito às picadas tanto dos manifestantes iranianos contrários ao regime como da comunidade internacional, que não considera as aventuras nucleares do país nada inocentes. Quem diz, aliás, é o diretor da AIEA, a agência de energia atômica, que também vem ao Brasil em março.
Tomara que não haja execuções políticas com Lula lá -em Teerã. Mas, por precaução, Garcia deve ensaiar melhor uma outra fala, bem diferente da de Cuba.
Hillary Clinton chega hoje. Depois, os reis da Espanha, os da Suécia, o primeiro-ministro da Itália, o ministro do Exterior da Alemanha.
E Obama vem aí! Já imaginou o Brasil, 25 anos depois da ditadura, ficando constrangido diante do Primeiro Mundo justamente por causa de direitos humanos?
Brasília entra numa roda-viva de ilustres visitantes internacionais a partir de amanhã, com o governo Lula em cima do muro numa área que já foi tão cara à esquerda: direitos humanos.
Não que haja mais ou menos agressões a presos aqui, pois elas continuam graves como sempre. O problema é a posição -ou a falta dela- diante de dois casos condenados mundo afora: Cuba e Irã.
Na semana passada, Lula deu o azar de ir a Cuba com a ilha se contorcendo em dores pelo pedreiro Orlando Zapata Tamayo, 42, que preferiu a greve de fome e a morte a suportar o regime calado.
O sacrifício de Tamayo remete à velha esquerda do Brasil. Mas a que assumiu o poder não se solidariza com ele. "Há problemas de direitos humanos no mundo inteiro", deu de ombros Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula.
Ou a esquerda rendeu-se às conveniências do poder, ou a morte de quem resistia à ditadura brasileira era heroísmo e a de quem resiste à cubana é bobagem. Entre o martírio de Tamayo e o regime de Fidel, louve-se o regime.
Em maio, Lula vai se meter em outro vespeiro. Ao desembarcar no Irã, estará sujeito às picadas tanto dos manifestantes iranianos contrários ao regime como da comunidade internacional, que não considera as aventuras nucleares do país nada inocentes. Quem diz, aliás, é o diretor da AIEA, a agência de energia atômica, que também vem ao Brasil em março.
Tomara que não haja execuções políticas com Lula lá -em Teerã. Mas, por precaução, Garcia deve ensaiar melhor uma outra fala, bem diferente da de Cuba.
Hillary Clinton chega hoje. Depois, os reis da Espanha, os da Suécia, o primeiro-ministro da Itália, o ministro do Exterior da Alemanha.
E Obama vem aí! Já imaginou o Brasil, 25 anos depois da ditadura, ficando constrangido diante do Primeiro Mundo justamente por causa de direitos humanos?
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