Além do depoimento do diretor de Dnit, comissão votará convocação de petistas
Adriana Vasconcelos
Na pauta das comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Assuntos Econômicos (CAE), estão para votação requerimentos de convocação do petista Expedito Veloso, secretário-adjunto na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, que admitiu à revista "Veja" o suposto envolvimento do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, na fabricação de um falso dossiê contra seu adversário tucano, José Serra, na campanha pelo governo de São Paulo em 2006.
- Vamos ter de dividir a nossa tropa, pois não teremos apenas de cuidar do Pagot. Temos de acompanhar as reuniões da CAE e CCJ para não sermos surpreendidos - admitiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
PSDB quer ouvir Paulo Bernardo e Gilberto Carvalho
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), adiantou que sua prioridade será resolver a votação de requerimentos indesejados pelo Palácio do Planalto. Na CAE, além da convocação de Expedito Veloso, a oposição também protocolou pedidos de convocação da ministra Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais) e da ex-senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que também teriam tido conhecimento prévio do dossiê preparado pelos aloprados do partido.
- Neste quadro, o depoimento do Pagot é o menos premente. Primeiro, temos de organizar a votação dos requerimentos - confirmou Jucá.
Para facilitar a divisão de tarefas, a bancada do PT deverá se reunir às 8h30m para destacar seus representantes para cada comissão.
- Se está difícil para gente, imagina para a oposição, que tem menos gente - brincou Lindbergh Farias.
Na Câmara, o PSDB faz planos de convocar os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. De acordo com o que teria sido dito por Pagot, as empreiteiras, antes de procurarem o Ministério dos Transportes, eram recebidas por Paulo Bernardo. Já Gilberto Carvalho acertou as férias de Pagot depois do seu afastamento do Dnit.
O governo, no entanto, terá de ficar de olho nos próprios aliados, diante das suspeitas de que parte da base poderia aproveitar a oportunidade para trazer o PT para o centro da crise política com a ressuscitação do caso dos aloprados. A começar pelo PR, que acabou se vendo obrigado a abrir mão da escolha do substituto de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, onde Paulo Sérgio Passos acabou efetivado ontem.
O PSB, por sua vez, estaria disposto a dar o troco em Mercadante, que teria autorizado uma auditoria em contratos fechados por seus antecessores na pasta, como Roberto Amaral e Sérgio Rezende.
FONTE O GLOBO
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