O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que em quatro anos o Brasil poderá desbancar a França e se tornar a quinta maior economia do mundo. "2015 está bom, mas acho que pode ser um pouco antes", disse em entrevista, em São Paulo.
FMI e consultorias apontam que já neste ano o Brasil pode tirar o sexto lugar do Reino Unido.
País deve superar França até 2015, afirma Mantega
Após ultrapassar economia britânica, Brasil pode virar a 5ª economia mundial antes do que espera o FMI, diz ministro
Países emergentes já vinham ultrapassando os desenvolvidos, mas crise acelerou processo, avaliam economistas
Mariana Schreiber, Mariana Carneiro
SÃO PAULO - O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que nos próximos quatro anos o Brasil poderá desbancar a França e se tornar a quinta maior economia do mundo.
"A previsão do FMI [Fundo Monetário Internacional] é que em 2015 o Brasil será a quinta economia do mundo, ultrapassando a França. 2015 está bom, mas acho que pode ser um pouco antes", disse ele, em São Paulo.
O ministro observou que a velocidade de crescimento do país supera a de nações europeias e, por isso, é "inexorável que nós passemos a França e, no futuro, quem sabe, a Alemanha".
Conforme mostrou reportagem da Folha de outubro, a projeção do FMI aponta que a economia brasileira passará neste ano a britânica, tornando-se a sexta maior.
O assunto voltou à tona nesta semana com a divulgação de projeções semelhantes da consultoria britânica CEBR (sigla em inglês para Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios).
A estimativa da CEBR, no entanto, é de que o Brasil será ultrapassado pela Índia e pela Rússia até 2020.
O diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, Carlos Langoni, afirmou que é possível que o Brasil ultrapasse a França em 2015 ou antes.
Para que isso ocorra em 2014, por exemplo, a economia brasileira precisa crescer em média 4,5% nos próximos três anos e a francesa, 0,5%.
"É difícil prever com exatidão, mas é inevitável que o Brasil, assim como Índia e Rússia, ultrapasse os europeus nos próximos anos."
Langoni ressalta, porém, que, mais importante que superar os países desenvolvidos, é manter um crescimento de qualidade. Isso significa não crescer num ritmo forte demais que cause desequilíbrios como inflação alta e elevação da dívida pública.
"Me preocupa esse discurso do governo de crescer 5% em 2012. É preciso reduzir a inflação. Crescer em média 4% ao ano é mais saudável".
O vice-presidente do Banco Mundial para a Redução da Pobreza, Otaviano Canuto, explica que os emergentes já vinham crescendo mais que os países ricos, mas a crise mundial aumentou essa diferença, pois afetou com mais força nações desenvolvidas.
Ele destaca, porém, que a qualidade de vida dos brasileiros está bem aquém da dos europeus. Segundo o Banco Mundial, a renda per capita do Brasil era de US$ 10,7 mil em 2010, quase um quarto da dos franceses (US$ 39,5 mil).
"Não se deve enganar com comparações internacionais. O que importa é promover a inclusão social e aumentar a competitividade do país, melhorando a educação e a infraestrutura", defende.
Com agências internacionais
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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