Acusada em "A Privataria Tucana", Verônica Serra afirma que não conhecia a irmã de Daniel Dantas nem foi indiciada pela PF
A filha do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), Verônica Serra, rebateu ontem suspeitas levantadas contra ela no livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Ela negou ter sido sócia da empresária Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, e refutou a informação de que teria sido indiciada pela Polícia Federal em processo sobre quebras de sigilo.
No livro, o autor sustenta que parentes e amigos de Serra mantinham empresas em paraísos fiscais, que eram usadas para movimentar recursos obtidos com privatizações realizadas durante a gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração", afirmou Verônica Serra em nota. "Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal." Segundo ela, uma certidão emitida pela Terceira Vara Criminal de São Paulo atesta suas declarações.
A filha de Serra sustentou que ela e Verônica Dantas representavam, cada uma delas, um fundo de investimentos na empresa Decidir, que fazia checagem de crédito, verificação de identidade e processamento de assinaturas eletrônicas. Verônica Serra diz que participava do conselho como representante do fundo International Real Returns (IRR), e que Verônica Dantas representava o fundo Opportunity.
"O fato mencionado serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil", afirmou. "Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há (sic) quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha negócio no Brasil, muito menos com a privatização."
Desconhecidas. Verônica Serra afirma que nunca conheceu a irmã de Daniel Dantas - já que, nas reuniões do Decidir, o Opportunity era representado por outro funcionário. "Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de seus funcionários para acompanhar as reuniões do Decidir, realizadas sempre em Buenos Aires", sustenta. "Participar de um mesmo Conselho de Administração, representando terceiros, não caracteriza sociedade."
Segundo Verônica as suspeitas levantadas contra ela visam atingir José Serra. "Uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para atingir meu pai, buscam atacar sua família com mentiras e torpezas", afirma. "São notícias plantadas desde 2002 - ano em que meu pai foi candidato a presidente - e repetidas em todas as campanhas posteriores", diz a nota, divulgada no site do cientista político Eduardo Graeff.
Chamando os autores das suspeitas de "caluniadores" e "difamadores", ela disse que eles serão processados judicialmente. O PSDB já anunciou que vai processar o autor do livro.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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