A lei de mercado.
Depois de décadas e décadas e sucessivos governos alguma coisa de novo acontece no panorama econômico nacional e não é o modesto e figurativo programa Brasil Maior, nem o paquidérmico PAC, enorme e pesado mas que anda muito devagar.
Fato novo, e a meu ver surpreendente, é a queda de braço travada entre o governo federal auxiliado por seus agentes financeiros, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, com a totalidade do sistema financeiro, incluídos nele os grandes bancos, por sinal foram os maiores financiadores das campanhas eleitorais, em torno do valor da taxa de juros.
E o que parece contraditório é a gritaria da banca de que se trata de intervenção estatal, quebra das regras de mercado e variantes desse chororô quando o que ocorre é justamente o contrário, são os agentes econômicos do governo fazendo nada mais do que aplicar as regras mais básicas de mercado, assim mostradas desde o velho Adam Smith, a competição com a oferta de produtos melhores e mais baratos.
Não há explicações plausíveis, que não a ganância e o oferecimento de passagem confortável e rentável para o capital especulativo, para uma taxa de juros no país dezenas de vezes maior que o patamar internacional.
Que por sua vez é bancada pelo governo - com o seu, o meu, o nosso dinheiro – com o giro da imensa e cada vez mais impagável dívida pública, através da prevalência no orçamento e em sua execução da manutenção do famigerado superávit primário que retira montanhas de recursos que poderiam ser dirigidos para a poupança e para o investimento produtivo da nação.
Essa queda de braço é sem dúvida um fato novo e devemos nos empenhar para que dê certo e que a taxa de juros real chegue a um patamar, no mínimo, civilizado.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@hotmail.com
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