Claudia Antunes e Paulo Gama
RIO, SÃO PAULO - O governo de Sérgio Cabral (PMDB-RJ) anunciou que examinará a possibilidade de declarar a construtora Delta inidônea, punição que a impediria de disputar licitações e fazer contratos com o Estado.
A base do exame é a gravação, divulgada no site do jornalista Mino Pedrosa, em que o dono da Delta, Fernando Cavendish, diz que é possível ganhar contratos públicos subornando políticos.
Cabral e Cavendish são amigos há anos. Em 2011, foram juntos no jato do empresário Eike Batista para o aniversário do dono da Delta na Bahia.
O secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, disse que a Delta será notificada em breve e terá dez dias para se defender "em relação à possível declaração de inidoneidade".
A Delta disse em nota que a gravação, "clandestina e manipulada", foi captada ilegalmente numa discussão com os antigos controladores da Sygma Engenharia, hoje processados por ela.
Segundo Fichtner, a comissão que estudará o caso vai rever todas as licitações vencidas pela Delta em busca de sinais de irregularidade. Desde 2007, quando Cabral assumiu, a Delta recebeu do Rio R$ 1,16 bilhão, mais do que o triplo do valor recebido nos cinco anos anteriores.
Levantamento do deputado Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB) mostra que mais de 20% do valor empenhado para pagar a construtura em 2010 e 2011 corresponde a contratos sem licitação.
Fichtner disse que todas as construtoras receberam mais sob Cabral porque o Estado ampliou os investimentos e que os serviços contratados só com consulta de preço resultaram das chuvas de 2011.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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