O Tesouro vai liberar R$ 10 bilhões para reforçar as linhas de financiamento do BNDES. Os recursos fazem parte do esforço para irrigar o mercado e acelerar a expansão da atividade. O governo também prepara novas medidas de estímulo ao crédito que podem ser anunciadas ainda esta semana.
Tesouro vai liberar mais R$ 10 bilhões para reforçar linhas de crédito do BNDES
Renata Veríssimo
BRASÍLIA - O Tesouro vai liberar R$ 10 bilhões para reforçar as linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos fazem parte do esforço para irrigar o mercado com crédito e acelerar a expansão da atividade, que teve baixo desempenho no primeiro quadrimestre deste ano.
O governo também prepara novas medidas de estímulo ao crédito, que podem ser anunciadas nesta semana. "O governo quer animar a economia para acelerar o crescimento", disse uma fonte.
No cardápio, reduções de taxas de juros nos empréstimos para a habitação oferecidos pela Caixa Econômica Federal e medidas para destravar o crédito para a aquisição de automóveis.
Entre elas, a liberação de parte dos depósitos compulsórios que as instituições financeiras são obrigadas a deixar no Banco Central, o barateamento do custo do dinheiro, a ampliação do número de prestações e a redução do valor da entrada.
Uma fonte do governo informou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acertou na semana passada com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o início do repasse dos R$ 45 bilhões anunciados entre as medidas da segunda fase do Plano Brasil Maior. O banco receberá R$ 10 bilhões em junho e outros R$ 10 bilhões no segundo semestre. A avaliação é de que o BNDES não precisará, este ano, de todo o montante anunciado. O restante ficará para 2013.
Mais recursos. Mantega decidiu anunciar um valor maior do que a necessidade estimada para o BNDES em 2012 para sinalizar que o governo não deixará faltar recursos para o setor produtivo. Foi justamente para emitir esse recado ao mercado, que o valor inicialmente trabalhado foi ampliado de R$ 30 bilhões para R$ 45 bilhões. As linhas operadas com recursos do Tesouro têm taxas de juros subsidiadas e são destinadas a capital de giro e investimentos das empresas.
Para o setor da construção civil, a Fazenda negocia com a Caixa a redução das taxas de juros das linhas de financiamento habitacional operadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Além disso, a pedido da Associação das Indústrias de Material de Construção (Abramat), tenta destravar o crédito para pessoas físicas comprarem material de construção até R$ 20 mil. Essa linha tem R$ 1 bilhão do FGTS, mas não deslanchou.
Também há preocupação em acelerar o crédito para habitação do programa Minha Casa Minha Vida. A presidente Dilma Rousseff já anunciou que a meta do programa passará de 2 milhões para 2,4 milhões de unidades até 2014.
Outra preocupação do governo é com o setor automotivo. As empresas estão com estoques elevados e o governo teme demissões. A equipe econômica tem mantido reuniões com representantes do setor e dos bancos para destravar o crédito, que secou com a alta da inadimplência. Mantega já determinou que Caixa e Banco do Brasil ofereçam mais empréstimos para a compra de veículos.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário