Ricardo Brito e Eduardo Bresciani
BRASÍLIA - O Ministério Público destrinchou o mensalão em três núcleos: o político, o financeiro e o publicitário. As manifestações das defesas no processo trouxeram à tona um novo grupo de envolvidos no esquema de compra de apoio parlamentar no Congresso: "o núcleo do além". Nas sustentações orais, os advogados têm recorrido rotineiramente a pessoas mortas para tentar minimizar o envolvimento dos seus clientes no escândalo. Para sorte das defesas e credulidade dos ministros, esses "acusados" não terão como responder às denúncias.
Um ex-dirigente de banco, um ex-presidente de partido e um ex-líder de bancada formam o grupo. Na quarta-feira, as defesas de três ex-dirigentes do Banco Rural, réus no processo, sustentaram em plenário que os empréstimos tomados pelo publicitário Marcos Valério na instituição foram obra exclusiva do ex-vice-presidente José Augusto Dumont. Ele morreu em um acidente em abril de 2004.
Ontem, o morto da vez foi José Janene (PR), ex-tesoureiro e ex-líder do PP na Câmara dos Deputados. As defesas do ex-presidente do partido Pedro Corrêa e do também ex-líder Pedro Henry (MT) sustentaram que parte do dinheiro do valerioduto serviu para custear campanhas no norte do Paraná, base política de Janene. E que os saques feitos por um assessor do partido foram feitos por ordem do líder falecido. "Henry nunca participou de negociações financeiras com o PT", disse o advogado José Antonio Duarte Alvares.
Janene foi denunciado e chegou a ser réu no processo por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Morreu em setembro de 2010 e a ação contra ele foi extinta.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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