O grande embate -jurídico e eleitoral- terá seu principal lance hoje, com o
voto do revisor Ricardo Lewandowski, que ontem condenou Delúbio Soares,
absolveu José Genoino e deixou a corte e o país em suspenso quanto ao voto
sobre José Dirceu. A condenação de Dirceu pelo relator Joaquim Barbosa não foi
surpresa. A absolvição dele por Lewandowski também não será.
Enquanto isso, Dilma e Lula recorrem ao mantra de 2010, de que os governos
petistas, e só eles, salvam os pobres deste país.
Em Brasília, ontem, enquanto Joaquim Barbosa dizia que fatos, testemunhas e
reuniões palacianas colocam Dirceu, chefe da Casa Civil de Lula, "em
posição central da organização" que comprava partidos e parlamentares no
Congresso, o governo anunciava convenientemente a redução de 40% do número de
miseráveis.
Em São Paulo, enquanto a campanha do PSDB martelava que a vitória de
Fernando Haddad seria a volta de Dirceu, Genoino e Delúbio -todos eles
condenados ontem por Joaquim-, a do PT mostrava Lula e Dilma repisando que os
governos petistas cuidam dos pobres.
A campanha em São Paulo embolou, com a queda do líder Celso Russomanno, e
tudo pode acontecer. Se Serra e Haddad confirmarem a velha polarização PT-PSDB
no segundo turno, será mensalão contra "pobres".
O grande aliado de Serra é o carismático Joaquim Barbosa desfiando os podres
do PT e condenando a antiga cúpula partidária. O maior empurrão de Haddad vem
de Lula, Dilma, Lewandowski e da palavra-chave: "pobres".
A inclusão social da era Lula é uma realidade, mas contrapor mensalão a
programas para pobres não deixa de ser uma atualização sofisticada e subliminar
do "rouba, mas faz" de Adhemar de Barros, que parece sobreviver a
tudo e a todos.
Fonte: Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário