Adriana Caitano
A primeira grande tentativa da ex-senadora Marina Silva de divulgar seu novo partido pelas redes sociais mostrou-se frustrada. Na tarde de ontem, a ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula convocou internautas a fazerem um tuitaço — espécie de panelaço virtual pelo Twitter — citando a palavra “rede”, que vai constar no nome da sigla, para destacar o evento de lançamento da legenda, marcado para sábado. A expressão, no entanto, acabou citada por menos de 100 usuários da rede e o vídeo em que a ex-senadora convida o público foi visto pelo mesmo número de pessoas. A baixa repercussão confronta os altos índices de popularidade no meio virtual conquistado pela ex-candidata ao Planalto em 2010. Durante a campanha presidencial, um outro “tuitaço” feito a pedido de Marina provocou 16 mil referências ao nome dela e rendeu-lhe mais de 100 mil seguidores no microblog.
Até pouco tempo, Marina Silva não aceitava admitir isso em público, mas há quase dois anos articula a criação de uma legenda para se lançar novamente candidata à Presidência da República. Somente nesta semana, às vésperas do evento em que vai oficializar o início da coleta de assinaturas para legitimá-la, colocou de fato o bloco na rua. E voltou a utilizar as redes sociais que tanto a ajudaram a conquistar 20 milhões de votos em 2010. No Facebook, no Twitter e no YouTube, convoca admiradores para o chamado Encontro Nacional da Rede Pró-Partido, que será realizado depois de amanhã no Centro de Eventos Unique Palace, em Brasília.
Na divulgação, a ex-senadora evitou usar o termo “partido”, convocando os seguidores a participar da criação de uma “ferramenta nova para participação do processo político” e “ajudar o Brasil a criar novos caminhos para a crise civilizatória”. No panelaço virtual — o tuitaço — de ontem, Marina e os poucos que entraram na mobilização repetiam a célebre frase do filósofo grego Platão – “quem não gosta de política é governado por quem gosta” -, seguida do termo “rede”. As citações, no entanto, nem sequer alcançaram a lista de tópicos mais reproduzidos do Twitter no Brasil.
Assinaturas
Mas mobilizar adeptos pela internet não será o único desafio de Marina. Para poder candidatar-se à presidência em 2014 pelo novo partido, o grupo precisará coletar cerca de 500 mil assinaturas espalhadas por todo o país até outubro. “Nosso tempo é curto e o desafio é grande”, admite Basileu Margarido, um dos fundadores da legenda. “Mas nossa força está na juventude, que se mobiliza para nos apoiar”, garante. Segundo Basileu, que coordenou a campanha de Marina em 2010, a lista de fundadores da sigla que terá rede no nome já conta com três deputados federais — Domingos Dutra (PT-MA), Alfredo Sirkis (PV-RJ) e Walter Feldman (PSDB-SP) — e a ex-senadora Heloísa Helena, que sai do PSol. “Já dá para ter uma dimensão de que o partido não vai ter só a Marina e, cada uma a seu tempo, outras figuras nacionais devem aderir até o registro final”, comenta.
Entre os nomes procurados por Marina para integrar o novo partido estão os senadores Randolfe Rodrigues (PSol-AP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Eduardo Suplicy (PT-SP) e os deputados Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ), mas, apesar da expectativa de alguns deles comparecerem ao evento de sábado, nenhum confirmou a mudança de sigla. “É natural que quem tem mandato deixe essa decisão mais para a frente, ainda temos tempo”, afirmou Basileu Margarido.
Fonte: Correio Braziliense
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