Débora Duque
Enquanto interlocutores do PSB não medem esforços para projetar o nome de
Eduardo Campos como candidato a presidente, em 2014, soltando ameaças
constantes de ruptura com o governo federal, o governador mantém, publicamente,
a estratégia inversa. O socialista tem procurado desmentir falas ousadas dos
correligionários a respeito de seu possível voo nacional. Ontem, por exemplo,
ele negou declaração feita, na semana passada, pelo líder do PSB na Câmara
Federal, Beto Albuquerque (RS), avisando que a permanência do partido na base
da presidente Dilma Rousseff (PT) tem "prazo de
validade".Questionado, Eduardo tentou tratar o comentário do aliado como
um fato isolado, desvinculado da posição oficial do partido. Disse "respeitar"
a opinião do parlamentar com quem, na condição de presidente nacional do PSB,
tem relações políticas estreitas. O governador, inclusive, já agendou uma ida a
Porto Alegre para prestigiar o aniversário do parlamentar, que aproveitará para
organizar um encontro de Eduardo com o empresariado gaúcho.
"Eu respeito aqueles que querem fazer o debate sucessório, agora, não
vou fazer isso. No meu partido e em outros tem várias pessoas que não concordam
com essa minha forma, é democrático. A avaliação de Beto pode ser diferente da
que eu faço", assinalou. Mais uma vez, Eduardo voltou ao discurso de que a
discussão sobre a eleição presidencial não "ajuda" o País e procurou
demonstrar a "fidelidade" do PSB ao governo federal.
Eduardo fez questão de lembrar que, em 2010, o PSB abriu mão de lançar uma
candidatura própria - a de Ciro Gomes - para apoiar Dilma. "Ajudamos a
construção desse projeto desde o início, renunciando ao direito que tínhamos de
ter candidato para tentar eleger a presidente já no primeiro turno",
recordou, dizendo que o partido foi solidário aos apelos feitos, na época, pelo
ex-presidente Lula. O governador também reforçou os dados que mostram que o PSB
foi um dos partidos mais "fiéis" ao governo no Congresso. Apesar do
discurso diplomático, Eduardo não deixou de abordar temas espinhoso para Dilma,
como a crise econômica e o pacto federativo. "Será o ano mais desafiador
de sua gestão", sacramentou.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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