Um dos principais adversários do governo federal no Congresso, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) divulgou um artigo, ontem, criticando os anúncios feitos pela presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira (24).
Recorrendo a palavras duras, o peemedebista afirmou que o pacote de medidas foi "eleitoreiro" e que a presidente foi "sem noção" ao propor a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para aprovar uma reforma política.
A proposta foi considerada "absurda" pelo senador, que disse faltar "disposição política" para efetuar as modificações no sistema eleitoral. "Para se ter a ideia do que essa sugestão representa, faço uma pergunta: a Constituinte poderá acabar com a reeleição impedindo que a presidente tente um novo mandato em 2014? Ou o governo vai propor uma Constituinte restrita a pontos que interessam ao PT?", questionou Jarbas Vasconcelos.
Ao condenar o que considerou uma tentativa de transferir para o Legislativo a responsabilidade pela não realização das reformas, ele lembrou que o governo conta com "maioria absoluta" no Congresso para "aprovar o que quer e bem entender". Enumerou também projetos de sua autoria que encontram-se emperrados no Senado. Um deles propõe o fim das coligações proporcionais e outro determina a cassação do mandato de parlamentares condenados por improbidade administrativa.
Para Jarbas, a proposta de transformar a corrupção em crime hediondo "é cínica". "O governo do PT atua o tempo todo para impedir a prisão de mensaleiros", afirmou. Ele também acusou o partido de apoiar a PEC 37, que limita o poder investigativo do Ministério Público, para retaliar a atuação da Procuradoria-Geral da República no caso do "mensalão".
Na tentativa de se contrapor ao "pacto pela mobilidade", o senador culpou as gestões petistas pelo incentivo ao transporte individual ao reduzir as tarifas para a compra de automóveis. "Não é com demagogia, transferência de responsabilidade e autoritarismo que a presidente e o PT darão uma resposta aos brasileiros."
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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