Na hora certa para o Palácio do Planalto. Cedo demais para a base governista no Congresso. Diria que assim foi recebida a pesquisa Datafolha, que mostra a recuperação de Dilma Rousseff.
Entre os aliados de Dilma no Legislativo, o receio manifesto em conversas reservadas é que a melhora na popularidade presidencial venha a afetar a súbita disposição da petista em abrir as portas do Palácio do Planalto ao diálogo.
Os governistas estavam adorando o tombo dilmista nas pesquisas. Obrigou-a a vestir figurino mais humilde no trato com os aliados diante do risco de derrotas no Congresso.
Antes da recuperação da popularidade da petista, por sinal, governistas falavam em dar um voto de confiança de um mês à presidente para ela mostrar que sua mudança não era simples fogo de palha.
Agora, o relógio corre contra os aliados. Se a melhora dilmista nas pesquisas for crescente, ela ganha força e tira poder de sua base aliada no Congresso. Talvez o tempo da desforra dos apoiadores de Dilma esteja se encurtando cedo demais.
Por outro lado, a recuperação presidencial ainda é lenta e recomenda à dona do Planalto manter seu estilo mais afável. Ninguém sabe o dia de amanhã. Cada vez mais incerto, apesar da crença oficial de que está tudo dominado.
Não está. A inflação deu refresco, mas o ritmo do crescimento ainda é fraco. E a retomada da economia americana, que pode ser mais forte em 2014, vai pressionar ainda mais o dólar no ano da eleição, jogando mais lenha na fogueira da inflação.
Enfim, a vida ficou um pouco melhor para a petista, mas o cenário pela frente contém desafios. Um deles em seu quintal. Qualquer vacilo e o coro do "volta, Lula" ganha força.
Afinal, o Datafolha mostrou que ele ganharia a eleição presidencial no primeiro turno. Ela, não. Coincidência ou não, Lula teve o aval de sua equipe médica neste sábado para enfrentar qualquer batalha.
Fonte: Folha de S. Paulo
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