Lei exige validação de ao menos 492 mil assinaturas para criar nova legenda
Membros do partido que Marina tenta criar afirmam já ter recolhido 850 mil assinaturas no país
Renata Agostini
BRASÍLIA - A ex-senadora Marina Silva reclamou ontem do atraso de cartórios para validar as assinaturas de apoio à criação da Rede Sustentabilidade, partido que tenta montar a tempo de participar da corrida presidencial de 2014.
"Não vamos pagar o preço por deficiências que não são nossas", disse ontem durante reunião da comissão nacional provisória da entidade, em Brasília. Ela não quis se manifestar sobre os resultados da pesquisa Datafolha.
Ela afirmou que buscará saídas com a corregedora-geral da Justiça Eleitoral, ministra Laurita Vaz, com quem deve ter uma audiência nesta semana, e com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia.
"Estamos fazendo um esforço e torcendo para que os cartórios façam essa certificação no tempo necessário", disse Marina. A legislação exige a apresentação de 492 mil assinaturas certificadas em cartório e a Rede tem que fazer isso até outubro para participar das próximas eleições.
A Rede afirma que recolheu 850 mil assinaturas e já encaminhou 550 mil delas aos cartórios, mas muitos vêm desrespeitando o prazo legal de 15 dias para responder ao pedido. Apenas 190 mil foram validadas até agora.
Segundo Marina, alguns cartórios têm poucos funcionários para atender o grande volume de pedidos de validação. Mas ela reclama também da falta de parâmetros na análise das assinaturas dos eleitores, o que faz com que pedidos sejam anulados.
A ex-senadora mencionou o caso de jovens que nunca votaram e idosos, cuja participação nas eleições não é obrigatória. Os cartórios exigem a assinatura do eleitor nas últimas eleições para validar seu apoio à legenda. "Essas pessoas não têm culpa de nunca ter votado", disse Marina.
Fonte: Folha de S. Paulo
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