Um vendaval varreu o Brasil a partir das ruas. O ambiente político se agitou. A população assiste com preocupação aos desdobramentos. Grupos radicalizados tomam a cena com atitudes cheias de vandalismo e violência, espantando a maioria silenciosa que foi às ruas. Paralelamente, nuvens negras se avolumam no horizonte da economia. As grandes transformações sociais são precedidas sempre por períodos de turbulência. Nesses momentos, anos valem décadas, meses valem anos, dias condensam meses.
O 7 de Setembro frustrou a expectativa de levar às ruas centenas de milhares de pessoas, reeditando as jornadas de junho. Os Black Blocs, os Anarcopunks e os violentos de todos os matizes inibiram o movimento da maioria desorganizada. As forças policiais cometem excessos diante de situação complexa: cumprir seu papel e manter a ordem ou se omitir? Não acredito em jovens que precisam esconder os rostos para se manifestar. Quem luta contra o voto secreto no Congresso não deve se mascarar para exercer a cidadania. Caetano, em mensagem pacifista, glamourizou em foto a estética Black Bloc. Acontece que os black blocs, mundialmente, defendem a violência contra “símbolos” do capitalismo como sua essência. Fico com Cacá Diegues: “Vamos tirar as máscaras” e assumir nossos papéis e compromissos recíprocos e coletivos. Fico com Cazuza: “Brasil, mostra a tua cara!”.
Enquanto as ruas borbulham, a economia brasileira se deteriora. Um quadro difícil se desenha. Inflação alta, baixo crescimento, valorização do dólar – boa para as exportações, ruim para a inflação –, perda de confiança dos investidores, quebra dos “campeões” eleitos pelo governo, intervenções desorganizadoras do mercado.
Até o setor cultural entrou na dança. Renúncia fiscal para financiar desfile de moda em Paris. O Cirque du Soleil e artistas consagrados precisam de recursos públicos? A Lei Rouanet não era para museus, centros culturais, patrimônio histórico, arte popular e novos artistas? Revisão já!
Dilma mais uma vez ocupa abusivamente a rede nacional de rádio e TV, misturando espaço público com interesses eleitorais e partidários, apresentando a ilha da fantasia longe do Brasil real. Pactos não feitos, vitórias que não saíram do papel, confrontos desnecessários, nenhuma liturgia do cargo. Contra a agressão à soberania nacional, perpetrada pelo governo norte-americano, estamos todos juntos.
O PT, mergulhado em problemas com o desfecho do julgamento do mensalão e com denúncias internas de compras de votos na eleição da nova direção nacional. O PSOL debutando no Rio em grave crise, acusado de caixa dois e uso irregular de recursos de sindicatos.
O PSDB tenta se distanciar dessa agenda negativa, lançando o site “Conversa com os brasileiros” e o Portal Social do Brasil. Cassa, em decisão liminar do Supremo, o deputado condenado e preso. E discute aperfeiçoamentos e correções no programa Mais Médicos.
Aonde vamos chegar? Qual o rumo, qual o caminho?
Marcus Pestana, deputado federal e presidente do PSDB –MG)
Fonte: O Tempo (MG)
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