Articulações e ações do governador e presidenciável Eduardo Campos podem precipitar saída do PSB do governo. Reunião com presidente prevista para esta semana
Deflagrado o clima de guerra entre PT e PSB no cenário nacional, um capítulo importante da aliança entre os dois partidos deve ser definido esta semana. Presidente nacional do PSB e presidenciável, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, deve ser chamado a Brasília até sexta-feira (20) para tratar da situação de seu partido enquanto aliado do governo federal. Com a iminente decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de tirar dos socialistas a pasta da Integração Nacional, um ultimato poderá ser dado pela petista para que o governador deixe claro, ao menos para ela, que postura deve adotar em 2014.
Dois episódios levaram a presidente a tentar forçar a saída do PSB do governo. O primeiro foi o jantar entre Eduardo e o senador e presidenciável da oposição, Aécio Neves (PSDB), na residência do socialista, há duas semanas, de onde saiu um pacto de não agressão para a corrida sucessória. É de domínio público que PT e PSDB - que historicamente polarizam as eleições presidenciais no Brasil - sempre protagonizaram disputas agressivas, com trocas de acusações intensas.
Outro motivo que levou a presidente a optar pela estratégia de forçar a saída dos socialistas foram queixas externadas por lideranças petistas do Nordeste à ministra de Relações Institucionais do governo, Ideli Salvatti (PT). Os petistas alegam que o titular da pasta da Integração, Fernando Bezerra Coelho (PSB), estaria priorizando nos Estados convênios e projetos que beneficiam eventuais aliados do seu partido para eleição do próximo ano.
Dilma Rousseff já externava o desejo de romper a aliança com o PSB desde o ano passado. A presidente irritou-se também porque Eduardo defendeu o diplomata Eduardo Saboia no episódio da fuga cinematográfica do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz. Entretanto, o ex-presidente Lula tinha a expectativa de fazer o governador recuar (do projeto presidencial), por isso pedia à presidente mais paciência.
A estratégia inicial era a de que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, em parceria com o senador Humberto Costa (PT), dariam declarações públicas a fim de constranger o PSB. Mas o conteúdo da reunião entre Lula e Dilma - que durou mais de cinco horas, na última sexta-feira - terminou vazando para a imprensa. Antes disso, Rui Falcão, em entrevista a Revista Piauí, chegou a dizer que não acreditava na candidatura de Eduardo. O mesmo fez ontem o senador Humberto Costa, que disse à coluna Painel, da Folha de S. Paulo, não acreditar no voo presidencial do governador. Rui e Humberto devem se reunir esta semana em Brasília para amarrar nova estratégia de pressão até que se dê o desfecho do caso.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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