José Serra diz que o PSDB "não tem pressa" para indicar o nome do partido que disputará a Presidência.
Definição deve ocorrer em março
Alice Maciel
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) afirmou ontem que o rumo de seu partido nas eleições presidenciais no ano que vem será definido em março e não descartou a possibilidade de sair candidato ao Planalto. "As coisas estão bastante indeterminadas e realmente não há pressa para isso (anunciar candidaturas majoritárias para 2014). É muito difícil traçar um rumo neste momento. Nesse sentido, estou na expectativa e analisando também. Mas o PSDB deixou claro, o próprio (presidente da sigla e senador) Aécio Neves declarou isso mais de uma vez, que essa vai ser uma decisão para ser tomada em março", disse.
Em tom de campanha, o tucano, que participou de reunião com empresário e lideranças políticas em Porto Alegre, fez várias críticas à atual administração e disse que, depois da união entre PSB e Rede, anunciada no sábado, o quadro eleitoral do país está indefinido. Serra classificou as trocas de legenda das últimas semanas de "mercado partidário", e culpou a presidente Dilma Rousseff de ser "cúmplice" dessa prática.
Serra defendeu que a oposição trabalhe de maneira integrada para que o projeto de retirar os petistas do poder se concretize, mas não quis comentar eventuais acordos entre seu partido e a força política nascida da união da Rede de Marina Silva com o PSB, de Eduardo Campos. "Eu sempre disse que trabalharia para que houvesse uma alternativa capaz de derrotar o PT e oferecer ao Brasil uma mudança de rumo. Mas não avalio quem poderá fazer isso, tanto no PSDB quanto na oposição como um todo", ponderou. "A oposição não merece nota 100 — não estou me excluindo disso —, mas não tem sido fácil ser oposição, minoria", acrescentou.
Convidado pela Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul) para falar sobre economia, o ex-governador citou 10 problemas que o próximo presidente terá de resolver a partir de 2015 — entre eles, questões nas áreas da saúde, da educação e as contas externas — e também listou gargalos de infraestrutura que a atual gestão federal prometeu solucionar e que, de acordo com ele, "nunca passaram do anúncio".
José Serra ainda chamou o Mercosul de "bobagem", defendeu que o país reveja a participação no bloco econômico e disse que o governo federal faz "fru-fru" com a Bolívia. "A verdade é que a nave da economia brasileira não está subindo nem descendo, mas tem um viés para baixo, não está indo bem."
Fonte: Correio Braziliense
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