Nesta semana se conformará a primeira imagem mais firme do quadro eleitoral para 2014. Saberemos os partidos aptos a concorrerem e os principais candidatos potenciais à Presidência da República.
Já se sabe que José Serra, tendo declarado sua permanência no PSDB, não deverá ser candidato, se solidificado aí a candidatura do senador Aécio Neves. O PSB, ao entregar os cargos que ocupava no governo federal, parece demonstrar com ênfase que Eduardo Campos, o governador de Pernambuco, será mesmo candidato. Embora sempre com a sombra de Lula a pairar sobre a paisagem governista, tudo indica que Dilma será a candidata a reeleição pelo bloco governista. Resta saber, hoje ou amanhã, o que acontecerá com a candidatura de Marina Silva, se seu novo partido Rede Sustentabilidade obtiver registro no TSE ela será candidata, se o registro não vier será que ela se filiará a outro partido só para ser candidata?
É nesse quadro que estará localizado o jogo real do poder para o primeiro e para o segundo turno, se houver. Mas não se pode duvidar que haverá o desfile de mais uma meia dúzia de candidatos, os Enéias de sempre.
Pode ser um excesso de otimismo, mas está parecendo que o debate para essa eleição tenderá a ser mais interessante e programático que na eleição passada. Por mais que o governo esteja tentando transformar novamente o debate numa cruzada moralista de pobres contra ricos, dos bons contra os maus, não há como fugir do debate sobre a economia e sobre a capacidade de gerir de verdade a coisa pública.
Não basta mais a agitação das bandeiras da manutenção do Bolsa Família e do crescimento do consumo das famílias, instigando no eleitorado a vontade da manutenção da bonança contra o risco da mudança.
Passados quatro anos de um novo governo o que de “a mais” foi agregado ao patrimônio político do governo atual sobre o governo passado? Talvez o “Mais Médicos” possa despontar, porém mais programas ou obras são difíceis de serem lembrados. Obras significativas então, só poder-se-á “re-prometer” os portos, as estrada, as ferrovias, as hidrovias, a transposição, o trem-bala, a exploração do pré-sal não executados (e muitos nem iniciados).
Na macroeconomia então o debate deverá ser mais intenso. Quais as alternativas para os juros que subiram, para a inflação que cresceu, para a balança comercial que despencou, para o câmbio que depreciou, para o crescimento do PIB que desacelerou e do PIB industrial que caiu?
Com essa pauta vai ficar mais difícil tratar o debate eleitoral só com temas secundários, sensacionalistas e emocionais a exemplo da discussão sobre o aborto na eleição passada, na qual se explorou sem pudores a religiosidade e a boa fé do pivô brasileiro.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, dirigente do Partido Popular Socialista (PPS) de Taubaté e do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@gmail.com
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