Carolina Albuquerque
Aliado do governador Eduardo Campos (PSB), o prefeito tucano de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, criticou o seu próprio partido, ontem, dizendo que o PSDB "dormiu no ponto" ao não se unir ao governador socialista para construir uma agenda conjunta no campo das oposições. A reflexão foi feita diante do fato político que dominou o debate no final de semana: a união de Marina Silva, do Rede Sustentabilidade, ao PSB, em vista do projeto presidencial de Eduardo Campos para 2014.
"Em 2012, dei várias entrevistas dizendo que o desafio era sair do isolamento ou da mesmice e construir o novo campo político para o País. Eu não via outro caminho se não fosse duas novas e jovens lideranças, Aécio e Eduardo, somarem-se para serem protagonistas. Primeiro, eles somariam, mobilizariam em torno de um projeto de nação, e só depois se iria discutir a posição na chapa", argumentou.
Para Elias, o grande prejuízo com a aliança Eduardo-Marina ficou para o senador e presidenciável Aécio Neves. "O partido não discutiu política, ficou consumindo energia no campo interno, e o resultado é que quem não faz, leva, como no futebol. O imobilismo do PSDB e o dinamismo de Eduardo, mais uma dose de destino, fez com que essa união de Eduardo com Marina constituísse esse novo campo, que deveria ter sido ocupado pelo PSDB", criticou.
Segundo o prefeito tucano, é difícil prever o "daqui para frente", mas uma saída possível seria formar uma frente única da oposição, na qual Aécio se somaria a Eduardo e Marina, para fazer um "programa da oposição". "Seria o caso de trocar quantidade (número de candidatos) pela qualidade da coligação", defendeu.
Numa análise contrária à de Elias, a nota oficial do PSDB, assinada por Aécio Neves, pontua que a união Eduardo-Marina fortalece o campo político das oposições. O deputado federal e presidente estadual do PSDB, Sérgio Guerra, vai na mesma linha. "A aliança solidifica a candidatura de Marina e de Eduardo. É boa para o PSB, para a oposição. Ninguém dormiu no ponto. É tudo muito precoce, qualquer opinião é tola", disse.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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