Governador de Pernambuco já alterou o programa de TV do PSB e, na quinta-feira, exibirá Marina
Maria Lima e Gustavo Uribe
BRASÍLIA e SÃO PAULO - Foi difícil baixar a adrenalina. Em jantar com correligionários e familiares na noite de sábado, depois de um dia de fortes emoções, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), continuava pilhado e, a todo momento, se beliscava tentando acreditar nas últimas mudanças.
— Demos um grande passo hoje (sábado)! Vamos abalar as estruturas! Marina fez política com P maiúsculo, e vamos ocupar o espaço da emoção, do novo, do que é decente — disse ele, creditando a articulação por trás da ida de Marina e de seus seguidores para o PSB ao deputado Walter Feldman, novo filiado.
— O Waltinho é o cara! Foi o único que, no momento da decisão com a família, Marina chamou para acompanhar!
Nas conversas, ele dizia ter feito uma troca boa: os dilmistas Alexandre Cardoso (RJ) e os irmãos Cid e Ciro Gomes por Marina. E foi Feldman quem deu o primeiro passo para comunicar ao PSB que Marina decidira embarcar na chapa de Campos. No dia seguinte à votação no TSE que rejeitou o registro da Rede e depois de uma madrugada de catarse coletiva com aliados, Marina se decidira: nao viraria Madre Tereza de Calcutá, recolhida no canto. Queria continuar no jogo, e seu plano C era Eduardo Campos.
Num almoço na casa do líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), eles combinaram a vinda de Campos para selar a aliança.
— Quando eu falei com o Eduardo que a Marina ia ligar para anunciar que seria vice, ele não acreditou e perguntou o que eu tinha bebido. Disse que se sentia como se tivesse saltado do vigésimo andar e, lá embaixo, fosse aparado por uma rede — contou Rollemberg.
— Foi difícil segurar a notícia por 24 horas. — repetia Beto Albuquerque (PSB-RS).
Ontem, de volta a Recife, Campos regravou trechos do programa partidário que vai ao ar na quinta-feira e que destacará a filiação de Marina. A propaganda, que terá dez minutos e será transmitida em cadeia nacional, apresentará o acordo entre o PSB e a Rede como uma "coligação programática" e mostrará imagens dos discursos feitos no sábado.
A intenção inicial era gravar um depoimento com Marina, mas o curto prazo para finalizar o programa inviabilizou essa alternativa.
O comando do PSB pretende encomendar, após a propaganda, pesquisas de opinião para medir o impacto da aliança entre os eleitores.
Ontem, Campos ligou para o pré-candidato tucano Aécio Neves, em Nova York. Eles trocaram ideias sobre o novo quadro, e Campos disse que tudo aconteceu muito rápido.
Fonte: O Globo
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