Campos exalta ingresso do PSDB no seu governo; cerimônia de posse foi marcada por clima eleitoral
A posse de seis novos integrantes do secretariado do governo de Eduardo Campos (PSB), ontem, no Recife, teve clima de campanha eleitoral. A cerimônia marcou o ingresso do PSDB na gestão do governador pernambucano. Durante os discursos, frases de efeito, aplausos efusivos, gritos e elogios ao "modo moderno" de Campos governar.
A aliança com os tucanos de Pernambuco foi classificada pelo governador como o exemplo da "nova política" praticada por seu partido e aliados. O PSDB vai ocupar na administração Campos a Secretaria do Trabalho, com Murilo Guerra, ex-superintendente do Sebrae em Pernambuco, e a presidência do Detran, com Caio Mello, secretário de saúde do município de Camaragibe.
Articulador do acordo, o deputado federal Sérgio Guerra, presidente estadual do PSDB, sentou-se na primeira fila e foi tratado com deferência especial pelo governador.
"Aprendi com o meu avô, o ex-governador Miguel Arraes, o valor das alianças políticas. Mas não alianças feitas para interesse de políticos ou de partidos. Temos sempre de saber fazer alianças colocando os interesses do povo no centro do que está sendo feito. Essa é a distinção entre a velha política e a nova política", afirmou.
Guerra fez questão de reforçar a importância da aliança, no plano local e nacional. "Estamos somando esforços em nome de um projeto maior para o Brasil", comentou em entrevista após a cerimônia. Durante o ato, no entanto, coube ao novo secretário de Infraestrutura, João Bosco de Almeida (PSB/ PE) - que até o final do ano passado dirigiu a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) - fazer uma espécie de balanço das ações desenvolvidas pelo governador nos últimos sete anos, além de "prospectar os efeitos positivos" de uma potencial vitória de Campos na disputa presidencial.
"Estamos comprometidos para trabalhar com muita união e coroar com êxito o fim dessa gestão. Além de fazer, deveremos fazer melhor para mostrar ao Brasil inteiro que aqui se instalou um novo modo de fazer política". Bosco ainda aproveitou para alfinetar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). "Pude constatar (durante a passagem pela Chesf) o quão carente está o governo da União das práticas que são empregadas em Pernambuco", criticou, sob aplausos de uma plateia formada basicamente por assessores, parlamentares e correligionários.
O escalado para falar por aqueles que deixaram o Executivo foi o ex-secretário de Infraestrutura, o deputado estadual Isaltino Nascimento, que, em outubro, deixou o PT - partido que ajudou a fundar no Estado - para se filiar ao PSB. "Nós pernambucanos somos conhecidos em todo o Brasil por sermos megalomaníacos. Dizem que o Atlântico é formado pelos rios Capibaribe e Beberibe. E dizem uma série de situações que nós temos mania de grandeza. E certamente essa mania de grandeza e o sentimento de pernambucanidade ficou muito mais evidenciado nesses anos da gestão de vossa excelência. E nós sabemos o quanto hoje, Pernambucano vivência, não só aqui no Recife e na área Metropolitana, mas em todo o interior do Estado, os ventos e o sentimento de transformação que nós estamos vivenciando", disparou Nascimento, sob os aplausos dos aliados./M.B.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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