Atores protagonizam campanha na internet contra a censura e a violência no país
M. Carbonell do El Tiempo
PUERTO LA CRUZ - “Hoje me jogaram uma pedra nas costas, me deram um soco no nariz, respirei gás lacrimogênio, carreguei o garoto que morreu (Bassil Da Costa). E você, o que fez?”.
Com voz embargada e cercada por um cenário que expressa abandono e carente de cores, a atriz mexicana Cecilia Suárez (que participa da série de TV a cabo “Capadocia”) interpretou o último tuíte de Robert Redman, um estudante que também faleceu em 12 de fevereiro, durante os protestos que há cerca de um mês colocaram a Venezuela no foco da atenção internacional.
Suárez foi uma das primeiras estrelas do ramo de espetáculos na América Latina a unir-se ao “Efeito Eco”, um movimento que busca incentivar a liberdade de expressão e reforçar a voz dos venezuelanos nas ruas.
Artistas do show business mexicano como Jorge Caballero, Juan Carlos Martín del Campo, Rocío Verdejo, Alberto Guerra e Rafel Simón lançaram-se a esta iniciativa, criada por dois venezuelanos radicados no México, Mariela Burelli e Sebastián Arrechedera.
Ela, atriz, roteirista e produtora, e ele, publicitário, deram vida a uma série de vídeos que nasceram a partir da preocupação de comunicadores e artistas que querem dar espaço àqueles que não têm meios que os representem.
Na Venezuela, estrelas como Daniel Sarcos, Gledys Ibarra, Alba Roversi, Eduardo Orozco, Erika de la Vega e Nelson Bustamante foram os primeiros a se juntar à experiência, que já alcança popularidade em sites como o YouTube.
Numa entrevista publicada no jornal “La Verdad”, Bustamante contou sobre uma mãe que difundiu nas redes sociais a história do filho que perdeu a visão num protesto na Venezuela.
O apresentador definiu o projeto Efeito Eco como uma valiosa ferramenta diante da censura dos meios de comunicação na Venezuela.
— As redes sociais se transformaram numa excelente via para que as pessoas se expressem. Como figuras públicas, queremos ajudar a divulgar um tuíte, um cartaz, uma notícia”.
Por sua vez, em seu canal no YouTube, Arrechedera explicou que a comunicação é crucial no projeto.
— Não é preciso ser uma personalidade para “fazer eco”, qualquer um pode participar, da forma que desejar. Como movimento, nos reservamos o direito de replicar e fomentar aqueles ecos que se relacionem mais aos valores do movimento — afirmou ele.
Fonte: O Globo
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