Governador e pré-candidato do PSB à Presidência afirma que ‘vai vencer a disputa’, e volta a criticar a ‘velha política’
Letícia Lins - O Globo
RECIFE — Mesmo cumprindo agenda administrativa — destinada a uma série de inaugurações em nove municípios —, Eduardo Campos (PSB) não perdeu oportunidade para falar como pré-candidato da legenda à sucessão presidencial em seu último périplo como governador. Afirmou que vai “vencer a disputa” para poder fazer “muito mais por Pernambuco” e “pelo Brasil”, durante entrevista a quatro emissoras de rádio na cidade de Afogados de Ingazeira, localizada a 386 quilômetros da capital.
Campos está no sertão desde a noite de sexta-feira e encerra as visitas na região agreste, passando neste domingo por cinco municípios. Durante a conversa com jornalistas da região, o socialista voltou a bater no que chama de política velha e defasada e fez discurso beirando o populismo:
— Não tenho tempo para ficar cuidando da velha política. Meu tempo, meu foco, meu desejo, minha alegria é fazer coisa boa para o povo. Ninguém faz coisa boa para o povo com briga ‘veia’ besta.
Quem tem disposição, e nós mostramos que temos, é para dizer que queremos continuar (no governo) para melhorar Pernambuco. Nós daremos a ele essa missão para ajudar Pernambuco a ser melhor no futuro — disse, referindo-se ao seu candidato à sucessão estadual, Paulo Câmara, que responde atualmente pela Secretaria da Fazenda.
Antes com presença mais restrita aos gabinetes, Câmara já começou a andar pelo interior não só devido à Agenda 40, como também participando de cerimônias oficiais presididas por seu padrinho político. A Agenda 40, por sua vez, constitui uma série de reuniões, nas quais a população emite opiniões que vão servir para a formatação do programa de governo do candidato ao Palácio do Campo das Princesas.
Depois de tecer elogios ao seu vice, João Lyra Filho (PSB), que assume o governo estadual na próxima semana, Campos voltou a se referir ao quadro nacional:
— Vamos seguir fazendo mais. Vou para a disputa eleitoral, para vencer essa disputa, para poder ajudar o Brasil, ajudar Pernambuco, ajudar o sertão, e fazer mais. Se hoje tenho consciência de que muitas coisas fizemos, muito mais a gente quer fazer — disse ele, acrescentando que, ao invés de brigas políticas com adversários, o bom governante traz coisas concretas que “melhoram a vida do povo”, como hospitais e estradas.
O governador voltou a comentar sobre a crise da Petrobras, repetindo o mesmo que vem dizendo desde o começo do escândalo envolvendo a empresa. Ele lembrou que, no início, o seu partido defendia a convocação da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.
— Mas o governo criou dificuldades e não autorizou a ida da presidente da Petrobras. Como já tínhamos um diretor da estatal demitido, outro preso pela Polícia Federal, e a posição da presidente Dilma afirmando que se soubesse que a compra da refinaria americana (Pasadena) era uma operação desastrosa para o país não teria assinado, não tínhamos como deixar de apoiar a comissão parlamentar de inquérito — disse Campos.
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