Bancada federal se reuniu com o tucano há duas semanas
Cabral não se opõe à aproximação
Juliana Castro
RIO - Inconformado com as atitudes do PT e alvo de críticas recentes da direção nacional do partido, o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, já está com a mão na massa para eleger o pré-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB). Ele tem conversado com cada um dos delegados do estado que tem voto na convenção nacional do partido para convencê-los a se posicionar contra a aliança pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. Os votantes são, principalmente, prefeitos e deputados estaduais e federais.
O diretório do Rio é o que mais tem votos na convenção nacional - 75 de um total de 740 - que decidirá sobre o apoio do partido a Dilma. A expectativa dos peemedebistas fluminenses é de que outros estados insatisfeitos, como Ceará e Bahia, defendam o rompimento com o PT nacional.
O governador Sérgio Cabral não se opõe ao que está sendo feito e nem fez nada para contê-lo. Em um desses movimentos de apoio ao tucano, deputados da bancada do PMDB do Rio se reuniram com Aécio há aproximadamente duas semanas. Os parlamentares relataram ao senador a grande insatisfação com o PT. O presidenciável tucano, por sua vez, nutre esse racha por avaliar que quanto mais dissidência da campanha de Dilma, melhor para sua campanha.
Nos bastidores, PMDB e PSDB não descartam a possibilidade de que o vice-governador Luiz Fernando Pezão, que deve concorrer ao governo do estado, seja o palanque de Aécio no Rio. Picciani já adiantara ao GLOBO que vai colocar em votação na convenção estadual o apoio a Aécio.
Como não existe mais a exigência da verticalização, em que os estados eram obrigados a seguir as alianças nacionais, PMDB e PSDB podem ficar juntos oficialmente no estado sem problemas.
- Evidentemente, se avançar a conversa com o PSDB, acho perfeitamente possível que o partido integre formalmente a coligação do Pezão, o que daria possibilidade de aumentar o tempo de TV - afirmou o deputado federal Leonardo Picciani, que integra a Executiva nacional do PMDB.
A estratégia do PMDB de se aproximar de Aécio começou quando o próprio governador costurou alianças de apoio a Pezão com o PSD e Solidariedade. O presidente do PSD no Rio, Indio da Costa, foi vice na chapa de José Serra (PSDB) à Presidência em 2010 e não esconde que votará em Aécio.
Já o Solidariedade é presidido pelo deputado federal Paulinho da Força e nasceu como oposição ao governo Dilma.
Fonte: O Globo
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