Presidente da estatal reconheceu que compra da refinaria de Pasadena não foi bom negócio
Anselmo Carvalho Pinto
CUIABÁ - O pré-candidato à presidência da República senador Aécio Neves (PSDB) disse nesta quarta-feira, no interior de Mato Grosso, que a fala da presidente da Petrobras, Graça Foster, no Senado só reforçou na oposição a ideia da necessidade de uma CPI exclusiva para investigar a estatal. Na quarta-feira, Graça Foster reconheceu que a compra da refinaria de Pasadena (Texas) por, segundo ela, US$ 1,25 bilhão de dólares não foi um bom negócio.
- A fala aponta para a necessidade de uma CPI, a partir do momento em que ela admite que a operação foi danosa – disse o senador tucano durante a Parecis SuperAgro, uma feira de agronegócio realizada em Campo Novo dos Parecis (397km de Cuiabá).
- A meu ver, ao final, ela caminhou numa direção que me preocupa. Disse que na gestão dela não há apadrinhamento político. Será que na gestão do antecessor (José Sérgio Gabrielli) havia? – questionou Aécio.
Gabrielli presidia a Petrobras no período em que a refinaria foi adquirida.
O senador ainda criticou o fato de o ex-diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, autor do documento que embasava a compra da refinaria, ter sido nomeado diretor da BR Distribuidora.
- A presidente (Dilma Rousseff) admite a responsabilidade de quem deu um parecer falho. E o que acontece? Demite? Não, promove. Ele fica por oito anos como diretor da BR Distribuidora, uma das empresas mais importantes do Brasil. Só saiu quando foi denunciado – afirmou.
E Aécio voltou a insistir na necessidade de uma CPI exclusiva para a Petrobras, ao contrário do desejo do governo, que pretende incluir no mesmo pacote escândalos como o do cartel do metrô em São Paulo.
- Eles querem uma CPI para não investigar nada. Instale a da Petrobras e instale a que quiserem. Eles têm maioria para isso. Eu dou minha assinatura como presidente nacional do PSDB a qualquer investigação que queiram fazer. Mas permitam aos brasileiros saber o que está acontecendo com a Petrobras.
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