Marcelo Moraes – O Estado de S. Paulo
Enquanto o governo federal é obrigado a se concentrar na tentativa de superar a agenda negativa deflagrada pela crise da Petrobrás, os palanques regionais de seus aliados vão se consolidando. O problema é que os acertos começam a se distanciar dos interesses do Palácio do Planalto. Hoje, na Bahia, o PMDB de Geddel Vieira Lima anunciou oficialmente a aliança com DEM e PSDB na disputa pelo governo do Estado. O ex-governador Paulo Souto (DEM) será o cabeça de chapa, Joaci Góes (PSDB) será o vice e Geddel candidato ao Senado.
O discurso final do evento foi feito por Aécio, que não perdeu a chance de elogiar Geddel por ter aberto mão da cabeça de chapa em favor de Paulo Souto, garantindo a consolidação da aliança. “Essa é a mais bem sucedida aliança feita em todo o Brasil até agora. O gesto de despreendimento de Geddel escreve uma das belas histórias políticas do País”, afirmou o tucano.
No Rio, o presidente do PMDB local, Jorge Picciani, também anunciou o apoio da legenda para Aécio, embora o ex-governador Sérgio Cabral e governador candidato Luiz Fernando Pezão garantam que pedirão voto pela reeleição de Dilma. Possivelmente, ocorrerá um jogo duplo na campanha do Rio, fato que, para Aécio, continua sendo vantajoso já que o PSDB não tem nome indicado para concorrer ao governo local.
Na prática, as dissidências na Bahia e no Rio já eram contabilizadas pelos aliados da presidente Dilma Rousseff. O problema é que sem ter tranquilidade política para operar essas alianças regionais, os governistas ficam com pouca margem de manobra para tentar dissuadir esses e outros dissidentes do principal partido aliado do PT no governo. Em vários outros Estados, são grandes as chances de o PMDB se alinhar com Aécio ou com o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, diminuindo o poderio de Dilma nos palanques regionais.
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