Deputados, prefeitos e vereadores do PMDB e de aliados no estado jantam com Aécio
Com decisão do PT de lançar Lindbergh Farias, parte do PMDB no estado quer apoiar o tucano
Juliana Castro – O Globo
RIO - Descontentes com a decisão do PT de romper a aliança e lançar o senador Lindbergh Farias ao governo do Rio, peemedebistas fluminenses deram mais um passo para cumprir a ameaça de apoiar a pré-candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. Na noite desta segunda-feira, cerca de 40 deputados, prefeitos e vereadores do partido e de siglas aliadas no estado jantaram com o tucano num restaurante do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Na saída, lançaram a chapa "Aezão" - uma referência à campanha que será feita por eles para Aécio e para o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tentará reeleição.
Aécio foi quem, ao fim do encontro, comunicou o apelido criado para a chapa. O nome teria sido uma invenção do senador Francisco Dornelles (PP), fiel aliado dos peemedebistas no estado. Na eleição de 2010 em Minas Gerais, o tucano viu seus correligionários explanarem o "Dilmasia", campanha para Dilma Rousseff (PT) à Presidência e para Antonio Anastasia (PSDB) ao governo.
O senador tucano comemorou o fato de ter feito o que chamou de maior ato político em favor de uma campanha presidencial no Rio até agora. Para ele, a união com o PMDB é algo que está acontecendo com muita naturalidade.
— Estamos discutindo essa questão (de apoio formal do PSDB à pré-campanha de Pezão) com o tempo. O que existe hoje é uma disposição muito grande nossa de estarmos juntos e vamos encontrar a melhor forma de estarmos juntos — afirmou Aécio.
Segundo peemedebistas, Aécio citou essa disposição no discurso. Organizador do evento, o presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, criticou a presidente Dilma e disse que a campanha do tucano será a maior do Rio:
—- Há um sentimento que é o sentimento de mudança de que o Aécio fará bem ao Brasil, a começar por fazer bem ao Rio.
A imprensa não teve acesso ao segundo andar do restaurante, local reservado para o jantar. Pezão e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que disseram estar na campanha da presidente Dilma Rousseff, não foram ao evento. No encontro, Picciani entregou a Aécio os mapas que produziu, a pedido do senador, com as lideranças peemedebistas que apoiariam a campanha do PSDB em cada um dos 92 municípios fluminenses, conforme adiantou O GLOBO. Outro mapa produzido por Picciani é sobre a votação de Dilma, José Serra (PSDB) e Marina Silva (então PV) em 2010. Com isso, quer mostrar para Aécio o potencial de votos que o PMDB promete trazer para ele no estado, terceiro maior colégio eleitoral do país. O senador tucano saiu com os mapas na mão, dizendo ser um dever de casa.
— Queremos apresentar ao Aécio algumas das lideranças fortes do nosso partido e que não têm muito contato com ele. Com os deputados federais, ele tem contato, mas não com os prefeitos e deputados estaduais. Vamos dar para ele o mapa com as lideranças locais que serão responsáveis pela campanha dele nas cidades — afirmou o deputado federal Leonardo Picciani, antes do encontro.
Outro objetivo da reunião foi azeitar os detalhes sobre o evento, no fim de maio, em que os peemedebistas do Rio vão declarar formalmente o apoio a Aécio. Picciani, que está capitaneando a ideia, quer reunir duas mil pessoas. O PMDB do Rio vai realizar o evento de apoio a Aécio propositalmente antes da convenção nacional do partido, em 10 de junho, na qual parte dos quadros da sigla no estado vão votar contra a manutenção da aliança com o PT para a reeleição da presidente Dilma.
Aécio queria lançar ao governo do Rio o técnico de vôlei Bernardinho, que declinou do convite.
Desde então, nenhum nome mais forte circula entre os tucanos. O PSDB no estado faz oposição ao PMDB, mas tucanos disseram que vai prevalecer no estado a vontade de Aécio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário