• Partido deve dar mais 40 segundos de tempo de TV para Garotinho, e indica o candidato à vaga do Senado, sem nome definido
Isabel Braga e Guilherme Amado – O Globo
BRASÍLIA e RIO — Com a ajuda do Palácio do Planalto, o ex-governador e deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) conseguiu garantir, na noite desta terça, que o PROS se alie a ele na disputa ao governo do Rio de Janeiro. A confirmação da aliança PR-PROS foi feita pelo presidente do PROS-RJ, deputado Hugo Leal, e rompe o isolamento que vinha marcando o candidato do PR, que lidera as pesquisas de intenção de voto mais recentes. A tendência é que o ex-governador ganhe com isso quase 40 segundos no programa de rádio e TV. Na luta pelo apoio do PROS, quem perde é o candidato petista ao governo do Rio, o senador Lindbergh Farias, que também negociava com a legenda, foi à convenção do partido ontem, mas acabou preterido.
A convenção do PROS no Rio está marcada para esta quinta-feira. O presidente da legenda, Eurípedes Júnior, anunciou que o acordo fechado é que o PROS indicará o candidato à vaga do Senado. O nome não está definido.
— Pelo acordo, vamos indicar a vaga ao Senado e o nome será decidido até a convenção do PR no Rio, no próximo dia 29 — disse Eurípedes.
O vice na chapa de Garotinho será do próprio PR ou de outro partido que esteja na aliança.
O principal interesse do Planalto é garantir o apoio nacional do PR à presidente Dilma Rousseff. A sigla delegou à Executiva nacional a decisão de se coligar ou não com a presidente, em anúncio marcado para ser feito no próximo dia 30. Ontem, em reunião no Planalto, segundo interlocutores de Garotinho, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) disseram que trabalhariam para que o PROS se coligasse ao PR no Rio. O senador e secretário-geral do PR, Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), também participou da conversa de Garotinho com os ministros.
Até a semana passada, o PROS tinha a candidatura própria do deputado Miro Teixeira como alternativa principal para o governo, dando suporte no estado ao candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos. A dificuldade de montar uma chapa competitiva e a crise interna na aliança entre PROS e PSB acabou levando Miro a renunciar à disputa.
A maior preocupação dos dirigentes do PROS era com Miro Teixeira, para quem seria menos traumática a aliança com o PT de Lindbergh. Miro afirmou que seguirá a orientação do partido. Ligado à Marina Silva, ele também apoia a candidatura de Romário (PSB-RJ) ao Senado.
— O PROS é um partido que está começando, precisa crescer. Demos autonomia a cada estado, mas temos que ver o lado do Miro porque ele ficou angustiado com isso — disse Ciro Gomes.
Na campanha do candidato do PT ao governo do Rio, a informação de que o Planalto pressionou para que o PROS fechasse com Garotinho causou irritação. Lindbergh vinha conversando com Hugo Leal e Miro. Chegou a oferecer a vaga de vice a Miro.
— A Dilma não ajudou o Lindbergh em nada. Agora, atrapalhar assim, já é brincadeira — criticou um dos integrantes da campanha do petista Lindebergh.
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