• PR entrega Ministério dos Transportes e justifica que ministro não representa o partido
• Presidente da legenda conversou com ministros da Casa Civil e Relações Institucionais; PR pressiona governo a trocar César Borges
Fernanda Krakovics – O Globo
BRASÍLIA - O PR entregou, nesta terça-feira, o Ministério dos Transportes, afirmando que o atual titular, César Borges, não representa o partido. O presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), formalizou a insatisfação em conversa por telefone com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). O PR afirmou que não comenta decisões do tipo, que são prerrogativa da Presidência da República.
"A assessoria de imprensa do PR esclarece que a legenda não comenta decisões sobre nomeação ou demissão de ministros. Para a direção da legenda, o assunto é privativo da Presidência da República ou de seu titular correspondente. Portanto, a legenda não tem comentários a oferecer sobre supostos rumores que envolvem a titularidade do Ministério dos Transportes”, afirmou o partido.
O partido, que decide na próxima segunda-feira, em reunião da Executiva Nacional, o caminho a tomar nas eleições presidenciais, pressiona o governo a substituir Borges, considerado da cota pessoal da presidente Dilma Rousseff. O PR ameaça apoiar o candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG).
Como aconteceu no PMDB, há divisão no PR, com muitos defendendo que o partido feche com o presidenciável tucano Aécio Neves. O PR, que já conseguiu adiar a decisão na convenção do último sábado, delegando à Executiva a palavra final, tende a garantir apoio à presidente Dilma Rousseff, segundo integrantes da legenda.
O secretário-geral do partido, senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), trabalha para antecipar a decisão da Executiva, marcada para o dia 30, e quer que o partido feche com Dilma. Ele está confiante em um resultado positivo, principalmente tendo em conta que em vários estados, entre eles Rio Grande do Sul e São Paulo, o PR está coligado com o PT.
Embora o senador Antonio Carlos negue, integrantes do PR dão como certa a troca do César Borges pelo ex-ministro e técnico Paulo Sérgio Passos, e também a saída do diretor-geral do Dnit, Jorge Fraxe. No sábado, a saída dos dois foi um dos principais pontos da conversa na convenção. No partido, há quem ache que essa troca no Ministério dos Transportes seria trocar seis por meia-dúzia, já que Passos ocupou a pasta na cota pessoal de Dilma e é técnico. Ou seja, não resolveria o problema porque não seria alguém ligado ao partido.
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