Fábio Matos – Portal PPS
As vaias e xingamentos direcionados a Dilma Rousseff no jogo de abertura da Copa do Mundo não se limitam apenas à presidente da República, mas ao governo do PT e a um modelo que se esgotou. A análise é do deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, que participou do programa “Gente Que Fala”, da Rádio Trianon AM (740 KHz), na última segunda-feira (23).
“Hoje, a vaia não é só a Dilma, mas ao governo do PT e ao esgotamento de um modelo. E isso atinge Lula também”, afirmou o parlamentar ao ser questionado sobre a hostilidade dos torcedores brasileiros contra a presidente e candidata à reeleição. “Ela pode ser muito incompetente, mas a responsabilidade por grande parte dos problemas que tem enfrentado é de Lula.”
Além de Freire, participaram do programa o vereador Floriano Pesaro (PSDB-SP), o advogado e empresário Misael Antônio de Souza e o jornalista José Maria de Aquino. A atração, exibida ao vivo também pela internet (no site www.tvexito.com.br), foi comandada pelo apresentador Zancopé Simões.
Durante o programa, Freire criticou o decreto 8.243, que institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e cria os chamados conselhos populares. “As oposições, de imediato, se posicionaram contra esse decreto da presidente. Nós já temos conselhos, como o da Criança e do Adolescente, de Educação, de Saúde etc. Qualquer medida como essa deve partir do Congresso Nacional. É a democracia representativa que deve criar mecanismos de democracia participativa”, lembrou o deputado.
Segundo o presidente do PPS, não se pode confiar em conselhos tutelados por um governo que “trata os ministros do Supremo Tribunal Federal com deboche” e “afronta as instituições, inclusive tentando controlar a imprensa”. “O problema desses conselhos é que o governo vai escolher quem vai participar desses grupos. Ela [Dilma] vai instrumentalizá-los.”
Copa e eleições
Questionado sobre uma possível relação entre o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo e as eleições presidenciais de outubro, Freire afirmou que não há nenhuma relação direta entre os dois eventos. “Se isso valesse algo, Lula não teria sido eleito e reeleito. Fernando Henrique era presidente em 2002, o Brasil foi campeão e a oposição derrotou o governo”, comparou. “Acredito que não tem uma relação direta. Até porque o sentimento de euforia permanece por alguns dias e, após uma semana, e nós vamos todos nos voltar para os problemas do dia a dia.”
O parlamentar também falou sobre a iniciativa frustrada do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de decretar feriado na cidade na segunda-feira, dia do jogo entre Brasil e Camarões, realizado em Brasília. A proposta da Prefeitura foi rechaçada pela Câmara Municipal.
“Essa questão não foi planejada. Você querer fazer alterações às vésperas do jogo resulta nesse problema”, criticou. “Mas o trânsito foi muito bom [durante todo o dia]. A própria população se programou, independentemente do senhor Haddad. A falta de planejamento da Prefeitura fez com que a sociedade se organizasse.”
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