Cristiane Agostine – Valor Econômico
SÃO PAULO - A executiva nacional do PT deve intervir no diretório estadual da Paraíba para garantir apoio à candidatura do senador Vital do Rêgo (PMDB) ao governo do Estado. A cúpula petista quer desfazer a aliança feita por dirigentes locais com o governador e candidato à reeleição Ricardo Coutinho (PSB).
O anúncio de intervenção foi feito no mesmo dia em que Coutinho anunciou em redes sociais a aliança entre PSB e PT no Estado. No Twitter, o governador e candidato à reeleição publicou que a campanha deu "um passo importante" com a aliança entre os dois partidos e afirmou que o PT apresenta o nome de Lucelio Cartaxo ao Senado. No Facebook, Coutinho publicou propaganda com os símbolos do PSB e PT lado a lado.
O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão (SP), no entanto, disse que o partido está agindo para garantir a aliança com o PMDB. "Estamos insistindo nisso", disse Falcão ontem, depois de reunião da executiva, em São Paulo.
O PMDB do Amapá reclamou da falta de apoio do PT e o senador Vital do Rêgo (PMDB-AP), presidente da CPI da Petrobras no Senado, passou a pressionar o governo federal pela aliança no Estado. "Minha boa relação com o governo federal facilitou o acordo, fazendo com que a presidente [e candidata à reeleição, Dilma Rousseff] tenha um palanque muito bem definido na Paraíba", disse Vital do Rêgo. O senador homologou ontem sua candidatura, no lugar de seu irmão, Veneziano Vital do Rêgo.
O presidente nacional do PT disse que poderá intervir também nos diretórios petistas do Amazonas e de Rondônia.
No Amazonas, o PT apoiará a candidatura do senador Eduardo Braga ao governo estadual (PMDB), mas impedirá o diretório de indicar um candidato petista ao Senado. A cúpula petista quer evitar desgaste com o PSD, que lançará o ex-governador Omar Aziz. Em Rondônia, o PT nacional quer apoiar a reeleição do governador Confucio Moura (PMDB), apesar da articulação local para aliar-se ao candidato da família Cassol.
A executiva do PT fez ontem os últimos ajustes nas articulações estaduais. O partido contabiliza 10 alianças com o PMDB no país: o PT apoiará o PMDB em sete Estados (AL, AM, MA, PA, RO, TO, PB) e em três receberá apoio do PMDB (DF, MT, MG). A cúpula partidária liberou a coligação com o DEM no Pará, em torno da candidatura ao governo de Helder Barbalho (PMDB). O PT estará com o PSB de presidenciável Eduardo Campos no Rio de Janeiro, Acre e Amapá.
Com a desistência do senador José Sarney (PMDB-AP) de disputar mais um mandato, o comando petista confirmou ontem a aliança com o PSB no Amapá e o apoio à reeleição do governador Camilo Capiberibe (PSB). Os petistas lançarão a vice-governadora Dora Nascimento (PT) para o Senado.
Em carta enviada à cúpula do PT nesta semana, depois da desistência de Sarney, Capiberibe formalizou a promessa de que se manterá neutro na disputa presidencial e afirmou que apoiará Dilma em um eventual segundo turno entre a petista e o tucano Aécio Neves.
Campos, que já enfrenta dificuldade para formar alianças nos Estados, perderá palanque em um dos Estados governados pelo PSB. O governador Capiberibe, no entanto, minimizou. "Se Campos quiser vir, ele terá o palanque do PSB, mas sem o governador. Já assumi o compromisso de ficar neutro", disse. "Mas não me lembro qual foi a última vez que um candidato à Presidência veio ao Estado".
A desistência de Sarney, nesta semana, mudou as alianças no Estado. Sob pressão do senador, o PT nacional articulava apoio a Waldez Góes (PDT) ao governo, que lançaria Sarney em sua chapa. A direção petista no Amapá, no entanto, queria aliar-se a Capiberibe, reeditando a aliança de 2010. "O anúncio de Sarney foi determinante", disse o presidente do PT. "Nós apoiaríamos Sarney se ele fosse candidato", afirmou Falcão.
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