• ‘Já pulei do barco’, declarou prefeito de Queimados, Max Lemos, ao afirmar que irá liderar campanha por Aécio Neves na Baixada
Guilherme Amado e Paula Ferreira – Agência O Globo
BRASÍLIA e RIO- Prefeitos de cidades do estado do Rio reagiram às declarações do ministro Ricardo Berzoini (PT), da Secretaria das Relações Institucionais, e criticaram a pressão do Palácio do Planalto para que eles não apoiem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas eleições deste ano. No último dia 12, o Palácio do Planalto tentou descobrir quem eram os prefeitos que foram ao evento “Aezão”, em apoio à candidatura de Aécio. Pelo menos um prefeito que pretendia apoiar a presidente Dilma Rousseff (PT), Max Lemos, decidiu apoiar o tucano, alegando estar constrangido. O prefeito de Queimados afirmou que vai tentar liderar a campanha de Aécio na Baixada Fluminense.
— É uma surpresa para a gente esse tipo de comportamento do ministro e da presidente. Já pulei do barco. Vou apoiar o senador Aécio Neves. Vou recebê-lo na Baixada. Não podemos aceitar chantagem. Cumprimos as nossas obrigações, as exigências para entrar nos programas, passamos pela burocracia. E agora você é chantageado? Não. Está definido. Vou apoiar Aécio Neves. Vou puxar essa caminhada para o Aécio Neves na Baixada — afirmou Max.
O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB), afirmou que pretende apoiar a presidente Dilma e que se ofendeu com o discurso de Berzoini.
— Não sou cachorrinho do Palácio do Planalto. Se eu votar na presidente Dilma Rousseff, vai ser por convicção, não por chantagem. Fiquei muito decepcionado com o que o ministro Ricardo Berzoini falou. Eu sou independente. Não aceito esse raciocínio, de que é só me pagar um almoço que eu apoio a Dilma. Meu apoio não tem preço. Fiquei muito ofendido — afirmou o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB), que, hoje, pretende apoiar a presidente Dilma.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes às eleições de 2012, Nova Iguaçu tem 561.391 eleitores. Já Queimados tem, de acordo com o TSE, 100.513 eleitores.
Prefeito de Três Rios, Vinícius Farah, participante do "Aezão", disse que prefere não acreditar na hipótese de que Dilma estaria recolhendo a lista de presença do evento pela aliança entre PMDB e PSBD para fazer algum tipo de retaliação aos prefeitos:
— Para mim é uma surpresa muito grande que o governo tenha pedido essa lista ao partido para saber quem compareceu e fazer possíveis retaliações. Me nego a acreditar que o governo federal tenha tomado uma postura dessa porque o interesse das cidade deve estar sempre em primeiro lugar.
Farah acrescentou ainda que estranha a iniciativa e criticou o partido da presidente:
— Não podemos esperar que um partido como o PT, que se diz da massa, tenha uma postura de tolher o direito das pessoas de escolherem seus candidatos.
Segundo ele, a presidente foi a responsável pela ruptura da aliança entre PT e PMBD no Rio a partir do momento que colocou uma candidatura própria no Rio, fazendo referência ao senador Lindberg Farias, pré-candidato do PT ao governo do estado.
— Essa aliança já proporcionou ao PT uma votação histórica no Rio. Ela (Dilma) descartou totalmente essa ajuda. Agora estamos unidos no projeto de eleger Aécio Neves como futuro presidente da República.
O Prefeito de Volta Redonda, Antônio Neto, que não participou do movimento, disse que está com Dilma, mas respeita a decisão dos administradores que não apoiam a presidente:
— Vivemos em uma democracia, meu município teve uma parceria muito importante com o governo federal e o governo do estado e os avanços dos projetos sociais são dignos de aplausos. Em nome dessa parceria declarei meu apoio a ela, mas respeito a posição de todos prefeitos.
Perguntado se a presidente Dilma estaria pressionando os administradores que estão apoiando Aécio, Antônio Neto negou:
— Não entendo dessa maneira, houve um convite do partido para almoçar com Aécio, o presidente do PMDB do Rio jamais fez pressão para que comparecêssemos. A posição da Dilma eu enxergo da mesma forma, ela não está pressionando.
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